Árvore da Felicidade

Existe uma planta em meu jardim conhecida como Árvore da Felicidade.

Cultivo-a desde que era apenas uma muda num vasinho, dentro de casa, por sua beleza ornamental e pelos aspectos místicos que envolvem suas folhas, seus galhos e ramos. Como disseram que ela sempre deve ser plantada junto da Árvore da Fortuna, assim o fiz. Mas a Fortuna não vingou. Então, aprendi que a Felicidade cresce mesmo sem a Fortuna. Entretanto, percebi que, apesar de ter crescido alguns centímetros, ela começou a perder a força: o vasinho não parecia suficiente para ela e, certamente, se eu a deixasse ali, ela acabaria morrendo; portanto, tratei de transferi-la para o jardim, onde ela logo tomou vigor. Então, aprendi que a Felicidade precisa de espaço.

Recentemente, deu uma chuva com vento e como ela tem o caule fino, quase que tombou. Precisei amarrá-la a um apoio. Assim o fiz e logo ela se recuperou da tempestade. Então, aprendi que a Felicidade é frágil e depende muito de nós. Mesmo as gotas dos chuviscos parecem sempre pesar em suas folhas, inclinando os seus raminhos, por isso, sempre que chove, devo ter o cuidado de balançá-la delicadamente para retirar o excesso de água. Então, aprendi que a Felicidade é a planta mais importante, demanda total atenção e precisa sempre estar leve.

E como não posso estar sempre por perto, mostrei-a aos melhores amigos, expliquei os cuidados que ela exige. Pedi que viessem quando eu não estivesse e checassem sempre se estava tudo bem. Assim, sempre que estou em falta com a Felicidade, os amigos cuidam dela por mim. E eles gostaram tanto da ideia, que tomaram algumas mudinhas para si assim que ela botou ao pé. E cada um deles passou a cuidar de sua própria planta e dividir seus cuidados com aqueles em quem confiavam. Então, aprendi que a Felicidade para viver bem deve ser compartilhada.