JOSÉ E AS LÁGRIMAS
As lágrimas são para lubrificar os olhos.
Da a impressão que foram os humanos que as inventaram como reveladoras da tristeza, da ira, do desespero, do medo etc.
As lágrimas, porém, se negam a aliviar as diversas tensões. Em muitas situações elas impulsionam os sentimentos a se tornam mais consistentes.
José, contrariando a tradição de milhões de homônimos, não é feliz por ser xará do lendário carpinteiro que adotou Cristo como o filho preferido. E até relutou em aceitar o nome do homem que foi conivente com a gravidez misteriosa de sua própria esposa.
Seu nome serve como ornato para adjetivos pejorativos como Zé mané, Zé ruela, Zé do burro, Zé prego, Zé prexeca etc.
Os Josés, Zé, Zezé, Zeca são encontrados em qualquer parte e se confundem entre caras engraçadas, enfezadas, descontraídas, depressivas, desconsoladas, magoadas, enganadas. Esses homônimos, de fisionomias diversas que carregam ressentimentos, mágoas, dúbios sentimentos, incertezas, arrebentam as pupilas para derramar torrentes de lágrimas, algumas vezes desmotivadas, outras vezes com razão. Entretanto, na maioria das ocasiões, desentendidas.
José fica perdido num implexo. Entre chorar e não chorar as lágrimas teimam em descer pela face.
O líquido gotejando dos olhos o faz mais frágil, não menos insensível. Chora quando seu time perde, quando a esposa aparece com uma gravidez inexplicável, quando se conscientiza que é um homem estéril, quando seus pais não lhe deixam a herança que lhe era de direito.
E quando as lágrimas secam ele não sabe se a tensão amainou.
As lágrimas são para lubrificar os olhos.
Da a impressão que foram os humanos que as inventaram como reveladoras da tristeza, da ira, do desespero, do medo etc.
As lágrimas, porém, se negam a aliviar as diversas tensões. Em muitas situações elas impulsionam os sentimentos a se tornam mais consistentes.
José, contrariando a tradição de milhões de homônimos, não é feliz por ser xará do lendário carpinteiro que adotou Cristo como o filho preferido. E até relutou em aceitar o nome do homem que foi conivente com a gravidez misteriosa de sua própria esposa.
Seu nome serve como ornato para adjetivos pejorativos como Zé mané, Zé ruela, Zé do burro, Zé prego, Zé prexeca etc.
Os Josés, Zé, Zezé, Zeca são encontrados em qualquer parte e se confundem entre caras engraçadas, enfezadas, descontraídas, depressivas, desconsoladas, magoadas, enganadas. Esses homônimos, de fisionomias diversas que carregam ressentimentos, mágoas, dúbios sentimentos, incertezas, arrebentam as pupilas para derramar torrentes de lágrimas, algumas vezes desmotivadas, outras vezes com razão. Entretanto, na maioria das ocasiões, desentendidas.
José fica perdido num implexo. Entre chorar e não chorar as lágrimas teimam em descer pela face.
O líquido gotejando dos olhos o faz mais frágil, não menos insensível. Chora quando seu time perde, quando a esposa aparece com uma gravidez inexplicável, quando se conscientiza que é um homem estéril, quando seus pais não lhe deixam a herança que lhe era de direito.
E quando as lágrimas secam ele não sabe se a tensão amainou.