Freira, eu?
Eu não nasci santa. Nunca fui. Tento trilhar os caminhos de Jesus. E digo q não é fácil. Talvez pudesse ser mais ameno. Mas em um mundo tão caótico, competitivo, confesso que os fracassos são constantes. Não desanimo.Não desisto. Sou perseverante! O compromisso é com o Pai. É com a mãe. É com a madre! Nesta missão desafiadora, com meu trabalho, minha fé ,meus cabelos brancos, totalmente fora dos padrões da moda, e a mania de não gostar de maquiagem, muitas vezes - quase sempre - sou passada por irmã de caridade. Eu?
Bem que, quando criança, tinha um forte desejo de entrar no convento. Outros ventos me levaram a outros rumos na vida.
Uma irmã, leiga claretiana, como eu, me aconselhou: -- quer parecer uma pessoa normal, do mundo? passa um batom bem vermelho. Obedeci ao conselho da amiga, e, mais que depressa, pedi à minha filha q comprasse um, bem chamativo, laranja, e passei a usá-lo. Nada, os fiéis continuaram a me chamar de irmã…ganhei dela um mais discreto, vermelho vinho, e nada. Ontem, em uma missa solene, onde fiz um solo de Anima Christe , estavam presentes o Bispo, e outros sacerdotes. Um deles veio, ao final, me cumprimentar e me contou que o Bispo , - em conversa sobre mim, perguntou-lhe se eu era religiosa. Caramba, o batom vermelho não funcionou, Será que vou ter que pintar de azul meus cabelos?
Benvinda Palma