SALVE A TERRA DE SANTA CRUZ!
Eles estão dizendo por aí que não há jeito, que algumas pessoas são más, que a vida é como é porque alguns são muito acomodados. Eles estão falando que a inflação está alta, que o salário não dá para o mês, que as coisas não vão dar certo e que tudo é assim, sempre foi e sempre será. Até quando vamos assentar a culpa nos outros? Olha só! Quantas vezes assumimos uma atitude pessimista, em nome de uma tal coletividade, quando o que expressamos diz respeito somente a nós mesmos! Quais são afirmações e negações que praticamos e que somente tem a ver conosco? Quer dizer que para não nos responsabilizarmos pelo que ocorre, nos enganamos na falsa ilusão que os outros estão continuamente errados. Ah! A nossa voz se põe em nome de um grupo social por ela mesma por receio de expressar a própria opinião ou por medo do que vão pensar ao nos exibirmos diretamente.
Somos por vezes mesmo assim! Por não almejarmos sair da nossa zona de conforto em certas rotinas, assumimos essa postura passiva e inativa, todavia para nos eximirmos de responsabilidades. Isso ocorre talvez em razão de uma barreira interior, que nos parece naquela hora intransponível e invisível e nos impede de agir. E supostamente cremos que algo não está bom ou não está certo para não ter que demonstrar uma posição incisiva em relação à situação. Não é à toa que há mais de quinhentos anos estamos aqui e muitas de nossas raízes genéticas e culturais, como país de terceiro mundo, ainda permanecem impregnadas em nós. Por isso também salve a Terra de Santa Cruz!
Enquanto não nos pusermos em relevante predisposição para modificarmos o espaço e torná-lo digno para nós e para os outros, estaremos assim passivamente assumindo a identidade e posturas alheias como se fossem a nossa. E não raramente vamos dizer que não é fácil, que nada podemos fazer! Existe uma frase popular que nos diz: “o que é de todo mundo, não é de ninguém”. Então não podemos somente ver as coisas passarem por nós como se tudo fosse normal ou natural. E nesse momento nos vem a lembrança da história de uma vaca na árvore – o que ela faz lá, como ela subiu e como vai descer? Pela comparação dessa história podemos espelhar a existência. Alguns veriam a vaca e nada fariam! Não podemos nos deparar com uma situação assim e passarmos por isso de maneira totalmente inerte. É indispensável termos criticidade e proatividade para não permitirmos que atrocidades aconteçam, mas sim sermos pontos de confiança e referência em nosso bairro, em nossa família ou em nossa cidade. Com certeza já nos deparamos com pessoas próximas que nos demonstraram uma ideia amarga diante de uma possível solução para que possamos desistir do nosso intento. Todavia inferir nas entrelinhas o que realmente vale ou não a pena continuar é algo salutar. E lutarmos pelos nossos ideais e pelas verdades que habitam em nós com todas as forças para o bem comum.
Não nascemos prontos! Se percebermos com mais cautela, aprendemos a todo instante! Há uma frase de Albert Einstein que nos ensina que “nas dificuldades se encontram as oportunidades”. E por outro lado temos verdadeiramente que as nossas crenças mesmo que sejam pacíficas, devem ser ponderadas para imprimirmos atividade e versatilidade diante do que se apresenta. Não podemos permitir que o pessimismo, a desmotivação ou o desânimo se alojem de modo alienado! Em contrapartida carecemos estar sensíveis e conscientes sobre o que pode ser melhor para a comunidade e cabalmente a nós mesmos. O bem aventurado São Francisco de Assis, nesse entendimento, ainda nos instrui que devemos começar a fazer o necessário, depois o possível e logo estaremos fazendo o impossível. Quando definitivamente assumirmos nosso lugar, nossas ações e posturas na sociedade, seremos bem mais participativos e mais otimistas e por que não dizer mais bem sucedidos.