ALMOÇO DE DOMINGO.

Almoço de domingo é especial, e para que ele se torne ainda mais especial, vale uma regra - ele não deve de maneira nenhuma ser feito em nossa própria casa - é na sua essência cheio de expectativas, e por isso não pode ser feito em nossa casa, não combina com o domingo ficar preso no corriqueiro cardápio semanal, é essencial e indispensável procurar uma casa que esteja de portas abertas para te receber, a casa de um amigo, até de um parente, mas no geral, a grande maioria dos brasileiros procuram a casa da mãe em dias de domingo, não há lugar melhor para almoçar.

Devemos considerar esse costume tão nosso, como um ritual comum em quase todas as famílias, que religiosamente procuram a abençoada casa das mães para o almoço de domingo. É tudo o que nossas esposas mais querem nesse dia, um descanso longe do fogão e das panelas, de planejar o cardápio e tudo mais, pelo menos em teoria era para ser assim, mas... Não é o que acontece.

Na prática a realidade é outra, as nossas adoráveis esposas nunca que conseguem ficarem quietas, quanto menos esperamos, lá estão elas, de frente ao fogão em descontraídas conversas que nunca parecem ter fim. Na maioria das vezes há mais de uma família presente no almoço, essa é uma realidade constante na minha família em quase todos os domingos, imaginem vocês, vários mineiros reunidos no mesmo local, todos falando ao mesmo tempo ao redor de uma mesa enorme, é isso o que acontece quando minha família se reúne.

Quem é mineiro entende do que estou falando, neste último domingo por exemplo, não foi diferente, o almoço foi na casa da minha mãe, uma pequena parte da família estava presente, e foi o suficiente para encher a casa, tios, tias, primos e primas, todos na expectativa do cardápio saboroso domingueiro, que demorou um pouco para começar a ser feito, tudo devido à indecisão sobre o que teria, na pauta havia várias opções, costela, frango e panquecas, entre outros, no final a decisão foi unânime, escolheram todas as opções, assim todos ficariam contentes.

Depois de muita conversa e altas gargalhadas, é que o almoço foi começar a ser feito, isso já era onze horas da manhã, enquanto as crianças, alegres brincavam na sala, os demais adultos se reuniram na cozinha, os homens estavam ao redor da mesa discutindo sobre futebol, as mulheres se dividiram entre os afazeres culinários, todas faziam de tudo ao mesmo tempo e conversavam sobre mil assuntos, habilidades somente digna das mulheres, a barulheira que estava sendo feita era de assustar qualquer um, a impressão para quem está passando na rua era que estava acontecendo uma briga, mas era pura e boa conversa de mineiros barulhentos que somos.

Houve um tempo, quando o meu tio tinha um sítio, muito bonito por sinal, e nesse sítio, todo o final de ano nos reunimos naquele agradável pedaço de terra, havia de tudo, quadra gramado para o futebol, piscina, lago para pescar, uma casa enorme com área de churrasqueira e... Fogão a lenha, tudo muito bem arrumado. Nossa principal reunião era sempre no final do ano, toda a família sem exceções se reunia para o tradicional almoço de natal, até o padre da paróquia era convidado, tudo acontecia da mesma forma que na casa da minha mãe, só que em grande escala.

Tempos bons aqueles, pena que não voltam mais, mas sempre que estou na casa da minha mãe revivo um pouco desses momentos, o importante mesmo é a união que rege minha família, isso é mais que um privilégio é um presente de Deus.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 19/03/2018
Código do texto: T6284567
Classificação de conteúdo: seguro