O FOSSO(A) E O SILÊNCIO.

Alguns que podem escapar desse fosso (a), vão para lugares mais limpos, onde não se afogarão pela lama e dejetos que chegam de todos os lados, sem exceção.

Outros que podem escapar dessa avalanche sem fim, ininterrupta em préstito interminável, não o fazem por laços afetivos com os que têm laços obrigacionais em atividades.

O coração os prende nas proximidades desse fosso onde o odor se faz pela dicção e na prensa.

Pululam bactérias, vírus, e são poucos os antídotos. Mas é preciso ficar perto do fosso sem ele habitar. Imuniza-se a audição, lentes escuras tornam a visão do charco menos facundas, lacra-se o verbo para que não haja infortúnio dos que nadam folgadamente no lodo alardeando patranhas. Carregam com galhardia os "louros" da pequenez. Seus ouvintes têm a mesma estatura.

Serpa Lopes, notável magistrado, dos bons tempos, onde o processo era a intransponível baliza, em sua obra única e de conhecimento restrito mesmo entre profissionais, “O SILÊNCIO COMO MANIFESTAÇÃO DA VONTADE”, ensina que:

“A atividade humana no âmbito social, positiva ou negativamente exercitada, possui um valor inegável, suscetível de ser apreciado, quantitativa e qualitativamente, desde que produza uma modificação no mundo exterior”. Obra citada, fls. 138.

“Desde que produza.....”; se nada produz, para que se manifestar?

Assim me conduzo nessa reflexão, em silêncio eloquente, diserto.

Pelo ensinamento do notável mestre e magistrado, em trabalho único no

gênero, silencio através da dicção de terceiros, tendo como testemunho a mídia escrita e em imagem.

Não me lembro de ter visto tantos riscos juntos sobre o país. Não existem limites, a corrupção apodrece as instituições e mina as bases da democracia e a confiança nas instituições, que já não é nenhuma.Barraram-se os passos de uma nação que, exclusivamente pelo trabalho de seus nacionais, já era quase a sexta economia do mundo.

“Não se trata aqui do silêncio passivo, revérbero do sono, da morte ou da

inexistência, mas do silêncio ativo”. Serpa Lopes.

“Car les paroles passent entre les hommes, mais le silence, s’il a en um

moment, l’occasion d’être actif”. Serpa Lopes.

Porque as palavras passam entre os homens, mas o silêncio, tem seu momento e ocasião de ser ativo.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 17/03/2018
Reeditado em 17/03/2018
Código do texto: T6282498
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