DONA LENINHA
Naquela manhã caminhávamos e sentimos sede.
Vi da porteira de um sítio que passávamos uma senhorinha lavando roupa num tanque.
Resolvemos chamá-la para pedir água.
Os cães a acompanharam latindo. Eles se aproximaram e nos cheiraram. Não nos assustaram, felizmente.
Nós nos apresentamos e pedimos um copo de água.
Ele gentilmente foi buscar uma jarra do precioso líquido e se desculpou dizendo que não tinha no momento água gelada.
-- Imagine! Está ótima esta, -- eu disse.
Ela sorriu.
Puxou prosa contando-nos coisas e amamos aquela senhora, Dona Leninha.
Estava bem avançada nos anos e nos contou que ia até a cidade de bicicleta.
Que pessoa simples e interessante!
Contou-nos que morava naquele lugar há trinta anos.
A casa estava bem velha e cheio de trincos. E dava-se para notar que não tinha conforto. Mas ela nos contou que amava morar naquele lugar.
Ofereceu-nos uma cachorrinha dizendo que estava com muitos cães para cuidar. A fêmea era bonitinha, mas dissemos que no momento não podíamos pegá-la.
Ficamos algum tempo conversando e nos despedimos. Antes de nos afastarmos ela nos falou:
-- Voltem outras vezes.
-- D. Leninha, com certeza voltaremos.
No caminho de volto fomos conversando sobre a senhorinha e chegamos a conclusão que realmente a idade está na mente. Uma pessoa com aquela idade andar de bicicleta e lavar roupa naquele tanque fundo e ter um sorriso iluminando seu rostinho.
Ela acha a vida linda e este deve ser o seu segredo de longevidade.