MEMÓRIAS

Outra vez, sento-me na padaria da esquina para tomar o meu café. Sinto a saudade acometer a minha alma, ao mesmo tempo, em que paro e percebo o acelerar do meu coração… são tantas memórias, tantas canções, tantos olhares, tantos cheiros e toques... momentos, persistem na lembrança.

Mas... à medida que diariamente saboreio o gosto amargo do café, sinto um calor enlaçar-me por inteira, como se o vento, em meio aos calafrios assoprasse-me divinos afagos. Como sabiamente disse Luiz Fernando Veríssimo, '' Os tristes acham que o vento geme; os alegres acham que ele canta."

E eu...dia após dia, escuto a sapiente canção do vento. Que vem e vai… leva e traz... em sinais de renovação e esperança.

Compreendo cada vez melhor, que o filtro da memória, trabalha sabiamente em harmonia com o tempo.

Eu sigo… tomando diarimente o meu café amargo, que sutilmente vai ficando doce à medida que o vento move-se e o tempo passa.