Pitangui em Labareda...

Na sinuca em que vive, o Murilo, sempre confiante no próprio taco - e desconfiado do alheio... - achou meio para encaçapar toda atenção dos pitanguris, ao anfitrionar no Labareda, a edição dos Idos de março do já tradicional encontro da gente da Velha Serrana.

Falar desse clube, nas franjas da lagoa da Pampulha, é chover num olhado. Pode-se assim resumir numa foto antiga, que quase meio século que o Paulo Marcos me mostrou, reunindo uma turma de jovens pitanguienses que lá labaredou tantas noitadas: ele próprio, Zezé e Migué Rachid, Zezé do Nelito, Dinho da Bia, Adílson Caldas, e mais algum outro de quem agora a memória não me acode. Verdade que não vi o Wellington Cabrito, que possivelmente teria escolhido, ou sido impelido, a ir ao banheiro na hora errada...

E a turma já se manifestou abundamentemente com as suas impressões do encontro, elogiando a escolha acertada de nosso anfitrião e bola da vez. Que mais posso dizer aqui, eu que, embora maior admirador e tiete do grande Jontinha, tentei fazer meus contemporâneos acreditarem naquele velho ditado inglês segundo o qual ...um bom sinuqueiro é o sinal cabal de uma juventude perdida... E pode até estar certo esse axioma, mas tenho que tirar o chapéu, ou a peruca mesmo, para esses mágicos calculistas que desafiando as leis da física fazem coisas de que Zeus duvida...E tive a oportunidade de ser testemunha de grandes torneios desse nobre esporte na Inglaterra, super organizados, onde mais que a bola, o prestígio e a grana rolam.

E embora não tenha admitido, foi também nessa referida sessão de gala, Galo e golo, que o Lúcio Bahia, também como eu, veio a aprender que aquele suporte de taco, chama-se fancho. E não é difícil guardar esse precioso ensinamento: basta lembrar-se do país dos sombreros, la tierra de Fancho Villa...

Essa inesquecível oportunidade de congraçamento reuniu, enquanto lá estive, algo próximo de 40 pessoas, daí pode-se inferir a animação etílica dos participantes, que contrastava, com força, com o som produzido ao vivo no lado oposto do salão social.

Em meio à efusão de muitos reencontros, denominador comum de nossa etílica ética, registrou-se também a nota de pesar pela perda da jovem filha do confrade Isaías, partida tão prematuramente.

E mais que individualizar as presenças, em que estou seguro eu falharia sem recorrer a uma lista de chamada, soaria melhor chamar a atenção para a força de representação dos clãs, em peso, como, para citar alguns, Fifi, Bécaud-Scapolatempore, Chaves, Giriza, Picão, Bahia, Caldas, Machado, etc etc...

Com a Primeira Dama a tiracolo, mas nunca a tiragolo, o nosso Presidente, enquanto sóbrio - quimera das quimeras - tentou ensinar-me uma manobra de passar meus textos do e-mail para o zap, de molde a lhe dar uma folga, para que ele possa cuidar melhor da campanha sucessória, para a qual, embora coberto de razão, não parece ter um Pingo de juízo...só mesmo um monte de...pre-juízo...

Enfim, botado o preto no branco, foi mesmo tudo azul...até mesmo para a turma rival e raposal que mui dignamente, não azulou - como o nosso Viegas...que estranhamente não deu as caras, pelo menos até enquanto lá estive - e, nesse contexto, o sempre antenado Marcô, marcou presença com uma jersey da gloriosa Associação Portuguesa de Desportos, aquela que revelou Djalma Santos, Ivair e o gato Félix...

E eu que comecei citando as evocações do Paulo Marcos, concluo aqui com a memória do Marcos Paulo...que como o galante Marcelo Spray, adotou Pitangui, de coração, como seu natal torrão...

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 16/03/2018
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