FAIXA DE PEDESTRES
Caminhar é prazer, é necessidade, é penoso, é um meio de transporte. Caminhar é uma ação no mais das vezes segura. Especialmente havendo calçada, praça, clube e... faixa de segurança. Só que não. A faixa de segurança sugere segurança. Confirmei que só se pode confiar nessas faixas transversais quando embaixo de semáforo. E olhe lá: é melhor esperar que os carros parem de vez.
Estava eu caminhando para o trabalho, em direção a estação do trem, pela calçada, quando precisei atravessar a rua que ladeia a praça. Tem ali pintada uma faixa de pedestres. Olhei para cima e vinha um carro vermelho lá ao longe. Iniciei a travessia e vi que o carro avançava. Me dei conta de que não pararia quando vi o paralama próximo a minha perna. Como se puxado pelos anjos, dei um pulo para o lado para me safar do atropelo. A pessoa parou o carro e eu só olhei para ela, perplexo. Abri meus braços num “cê tá lôca?!”. Pediu-me desculpas. Virei e segui meu caminho ouvindo um “Desculpa moço!” ao fundo.
Sou daqueles que, em regra, esperam o semáforo abrir para atravessar. Só quebro essa regra quando não vem mesmo carro. Não paro na beira da calçada de jeito nenhum, especialmente em esquinas. Corre-se um grande risco de atropelo no meio-fio.
Quando dirigindo, procuro permitir a travessia, sempre tomando o cuidado de acenar meu ato ao motorista que vem atrás. Não são todos os motoristas que obedecem a norma. Por isso, mesmo numa velocidade compatível mas com carros vindo atrás, praticamente impossível obedecer a preferência do pedestre; pior quando a faixa está numa curva.
Ser quase atropelado me fez rever minha atitude de achar que se estou atravessando na faixa o motorista tem que parar. Talvez a pessoa estivesse distraída. Não sei. O melhor é tomar cuidado, porque, por mais que exista penalização ao motorista, e direito a indenização, quem sofrerá com o evento será a pessoa atropelada, ou seus parentes se “vier a óbito”.