O maior amigo do homem
Eramos eu,Rosinha e sultão naquele casebre e a lida não era fácil.
Sultão era a única alegria e vivia abanando o rabinho e fazendo travessuras.
Eu e Rosinha nos amávamos e o resto do mundo nos era indiferente...
Não precisava nem dizer,mas a verdade é que esta tal tecnologia nem de longe a gente conhecia.
Um dia Rosinha engravidou-se e veio dar a luz a um lindo menino ao qual carinhosamente chamávamos de Zezinho.
Zezinho era viçoso e ficou grande amigo de sultão:Agora a alegria era dobrada.
Num fatídico dia Rosinha passou mal e não deu tempo de nada,ela se foi. Zezinho,com seus 4 aninhos,não sentiu tanto pois vivia no auge da inocência e a sua preocupação era sultão,mas eu senti o mundo desabar porque não poderia desgarrar-me de Zezinho e teria que buscar comida,ora caçando,ora colhendo frutos de árvores nativas ou,quando tinha sorte de chover,coisa rara naquelas bandas,plantar verduras,mandioca e outros.
Um dia desesperado sem ter nada para comer eu deixei Zezinho dormindo ao lado de sultão e sai para caçar.Distraído afastei-me demais e o tempo passou foi quando me lembrei de Zezinho.
Naquelas bandas era comum aparecer onças e eu voltei correndo para casa e lá chegando encontrei na porta sultão todo ensanguentado e como ele já havia,algumas vezes por causa de fome,atacado Zezinho,eu pensei:Ele matou o menino!
Naquele momento eu não enxerguei mais nada atirei no sultão e entrei na casinha topando com Zezinho assustado e uma onça caída,sultão havia matado a maldita.
Do erro cometido ao atirar em sultão nunca mais vou me perdoar,mas nunca mais tive dúvidas de que o cão é o maior amigo do homem.