CHAPEUZINHO VERMELHO VERSÃO ATUAL

CHAPEUZINHO VERMELHO NA VERSÃO ATUAL

Chapeuzinho Vermelho estava cansada da vida da cidade. Agitação, violência, flanelinhas, corrupção, Rodrigo Faro, Raul Gil, o que você espera do Brasil e outras tantas excrescências da civilização dita civilizada.

A vovozinha ainda morava no interior. Não mais na mata fechada, pois o desmatamento acabara com os belos pinheiros, imbuias e outras tantas espécies.

Pegou o ônibus e lá se foi, rumo ao sossego.

O problema é que o lobo, agora idoso, ainda morava por aquelas paragens. Mas, Chapeuzinho sabia se defender e, quem sabe, o próprio lobo tivesse tomado jeito na vida. Afinal, agora, uma simples cantada poderia caracterizar assédio sexual.

Para simplificar o relato, vamos pular aquela parte tão conhecida das grandes orelhas, mãos e outras partes que nem a história original ousou mencionar.

O lobo mau foi até a casa da vovó para esperar Chapeuzinho Vermelho, com aquele estratagema manjado de fingir que era a velhinha, para comer as maçãs da cesta da mocinha e, quem sabe, algo mais.

O problema é que o lobo mau pegou a velhinha de surpresa, com roupas de dormir. Um lindo baby-doll branquinho e mais nada por baixo.

O lobo, que andava numa secura sem tamanho, não teve dúvidas; deu uma cantada na vovó, que também estava para lá de Marrakesh e acabaram sob os lençóis macios da cama da vovó.

Quando Chapeuzinho Vermelho chegou, o fato já estava consumado e os dois a esperavam de mãos dadas, loucos para dar a notícia.

O lobo, que não era bobo, nem pensou mais em Chapeuzinho. Lembrou daquela canção do Sergio Reis e teve certeza de que panela velha é que faz comida boa.

CLEOMAR GASPAR
Enviado por CLEOMAR GASPAR em 11/03/2018
Reeditado em 03/12/2020
Código do texto: T6276576
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