CHAPEUZINHO VERMELHO VERSÃO ATUAL
CHAPEUZINHO VERMELHO NA VERSÃO ATUAL
Chapeuzinho Vermelho estava cansada da vida da cidade. Agitação, violência, flanelinhas, corrupção, Rodrigo Faro, Raul Gil, o que você espera do Brasil e outras tantas excrescências da civilização dita civilizada.
A vovozinha ainda morava no interior. Não mais na mata fechada, pois o desmatamento acabara com os belos pinheiros, imbuias e outras tantas espécies.
Pegou o ônibus e lá se foi, rumo ao sossego.
O problema é que o lobo, agora idoso, ainda morava por aquelas paragens. Mas, Chapeuzinho sabia se defender e, quem sabe, o próprio lobo tivesse tomado jeito na vida. Afinal, agora, uma simples cantada poderia caracterizar assédio sexual.
Para simplificar o relato, vamos pular aquela parte tão conhecida das grandes orelhas, mãos e outras partes que nem a história original ousou mencionar.
O lobo mau foi até a casa da vovó para esperar Chapeuzinho Vermelho, com aquele estratagema manjado de fingir que era a velhinha, para comer as maçãs da cesta da mocinha e, quem sabe, algo mais.
O problema é que o lobo mau pegou a velhinha de surpresa, com roupas de dormir. Um lindo baby-doll branquinho e mais nada por baixo.
O lobo, que andava numa secura sem tamanho, não teve dúvidas; deu uma cantada na vovó, que também estava para lá de Marrakesh e acabaram sob os lençóis macios da cama da vovó.
Quando Chapeuzinho Vermelho chegou, o fato já estava consumado e os dois a esperavam de mãos dadas, loucos para dar a notícia.
O lobo, que não era bobo, nem pensou mais em Chapeuzinho. Lembrou daquela canção do Sergio Reis e teve certeza de que panela velha é que faz comida boa.