O CÂO QUE VEIO DO FRIO
Visitando uma dessas exposições de Pet, chamou-me atenção certo animal bem diferente. Tamanho médio. Olha penetrante, sério. Bem peludo. Pelos grossos. O dono voltara do Japão com ele, recentemente, e estava doando. Era dócil. Logo demo-nos bem. Chamava-se Poti.
Mas ao chegar em casa, constatei que o latido destoava. Em vez de au, au, era uan, uan. Não compreendia o português. Socorreu-me a professora dona Nakaba, do Kumon, dando as primeiras lições de japonês canino. Não foi nada fácil. Parecia sentir muito calor. Tosei-o bem rente. Mesmo, assim, só se sentia confortável com o ar condicionado bem baixo.
Rejeitava a ração adquirida no mercado. Consultei o antigo proprietário. Disse-me que Poti só se alimentava de comida japonesa: queijo de soja, peixe cru, o nada barato salmom.
Passado certo tempo, até minha dieta era japonesa. Foi bom. Perdi alguns quilos.