Barata

Taí uma coisa que não sei explicar. Que muita mulher tem medo de barata eu sei, mas o medo meu vai além. Não consigo sequer varrer a pobre depois que já foi pisada ou envenenada. Eu passo de um lado para o outro, ensaio pegar uma pá e a vassoura, mas nada... Não sei o que tenho que não consigo remover a bichinha. Aliás, ela não tem nada de pequenininha, está lá a baita espichada no chão da casa!

Eu fico pensando na natureza, quem sabe não serve de alimento para a lagartixa? Então eu a deixo alí mesmo para contribuir com a cadeia alimentar. Afinal, a vida não está fácil para ninguém!

O pior seria se ela estivesse viva. Não ousaria nem entrar no recinto! Não me peça para pisar, jogar spray ou cutucá-la com a vassoura. Vai que a intrusa arma aquelas asas gigantescas e venha para cima de mim... Negativo. Não mato! Não por piedade, mas por pavor mesmo.

Se tem homem em casa eu recruto. Se não tem, fecho a porta, vedo as saídas até que o meu salvador chegue.

Mas voltando ao episódio inicial por enquanto, aquela que jaz está lá... Não é que não me importo com a sujeira, é que barata é um inseto muito particular, não consigo nem olhar!

Será que existe alguma mulher corajosa que olha aquela casca brilhosa e consegue ficar indiferente?

Mas ainda bem, sempre tem um homem por perto para fazer a tarefa difícil de jogá-la no lixo para mim. Porque se depender desta problemática que lhes fala, será mais um fóssil na pedra... Ou terei um criatório de lagartixas!

Cláudia Machado
Enviado por Cláudia Machado em 10/03/2018
Reeditado em 06/11/2019
Código do texto: T6275677
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