DIA INTERNACIONAL DA MULHER

As lutas pelos direitos de melhores condições de trabalho, pelo direito a voto e por melhores condições vida que eram reivindicados pelas mulheres do final do século XIX e início do século XX foram o carro chefe para que surgissem movimentos pelos Estados Unidos e pela Europa. Uma reivindicação que continua até os dias atuais.

Entretanto vale uma reflexão sobre o que motivou para a atual situação. Algumas questões são salutar; Quais os direitos reivindicados e conquistados de fato? Como era o mundo quando surgiu o movimento pelos direitos das mulheres? Quem eram as mulheres que lutaram para que este dia fosso possível? Quem é a mulher do século XXI? A mulher deste século luta por quais direitos?

Após levantar estas questões entre tantas outras que poderiam ser mencionadas é preciso fazer uma pausa e refletir se de fato hoje se celebra o Dia Internacional da Mulher? Vejamos algumas considerações.

As primeiras mulheres que iniciaram o movimento lutavam, não apenas por seus direitos legítimos já citados aqui, mas elas lutavam principalmente pelo que estava por trás de suas reivindicações. A mulher do final do século XIX e início do século XX eram mulheres que vinham de tradições consideradas repressoras onde elas não tinham voz e direito a nada. Eram educadas para serem donas de casa e “arrumar” um marido que pudesse ser o provedor de tudo.

Elas não tinham o direito a sentir prazer sexual, não tinham o direito de serem ouvidas por seu pai e também pelo marido. Não tinham voz na escolha de uma simples pintura que fosse feita na própria casa. Não tinha direito de realizar o sonho de uma profissão. Elas tinham o direito apenas de ser professoras e estas se fossem da classe alta.

Mas uma coisa elas tinham, elas eram mulheres de verdade. Mesmo com tudo conspirando contra, elas ainda assim persistiam. Eram mulheres recatadas, mas fortes dentro de seus lares para poder enfrentar tudo que era contra elas.

Elas eram mulheres de fibra e de coragem ao se colocarem nos momentos de guerras como aquelas que foram para as fábricas e assumiram o lugar onde antes era ocupado pelos homens que tinham ido ao fronte de batalha e ainda cuidavam de seus filhos.

Mas os anos passaram e onde foi parar aquela mulher? Que fim levou a mulher que era inspiração para Tom Jobim, Vinicius de Moraes entre tanto outros que escreveram lindas canções em homenagem a estas mulheres que representavam a beldade, a delicadeza e ao mesmo a força da mulher.

Será que hoje após tanta reivindicação as mulheres estão perdendo tudo aquilo que foi conquistado ao longo dos tempos?

Hoje ainda existem as mulheres que acima foi mencionada, entretanto seu espaço esta sendo perdido, deturpado e, me desculpem as feministas de plantão, estão sendo vulgarizadas.

Estamos vivendo um tempo onde antes tínhamos cantoras como Elis Regina, Leila Pinheiro entre outras. Hoje a cantora do momento não é de fato mulher (sem contar qualidade musical), os filmes de sucesso as mulheres não são mulheres.

As músicas que antes falavam da mulher com respeito e as elevavam ficaram no esquecimento e são hoje substituídas por “hits” que só as colocam como mulheres vulgares, suas danças antes cheias de cortesia viraram uma exibição de sodomia e só falta o sexo explícito.

Não vamos aqui generalizar, pois ainda existem mulheres, estas sim que continuam reivindicando sempre melhorias por seus direitos.

A estas mulheres sim vale desejar um feliz dia internacional das mulheres, mas quero fazer uma correção ainda antes de terminar; o dia das mulheres são os 365 dias do ano. Parabéns a você mulher de verdade, não apenas hoje, mas todos os dias!

Luis Claudio de Roco – Psicanalista, Teólogo e Palestrante.