DIA DA MULHER. SUAS QUALIDADES.
Um dia das mulheres. Não seria pouco?
O dia das mulheres é todo o dia.
Certa vez trabalhava com uma escrevente entre outras, que vindo para despachos e percebendo que estava nervosa extremadamente, perguntei o que ocorria. Ela disse: a pessoa que lhe prestava serviços e tomava conta de seu filho de oito anos disse que necessitava ir embora.
Ponderei que conseguiria outra pessoa de confiança. Disse ela: de confiança para meu filho só eu, mas preciso trabalhar, chego às oito e saio às seis, não tenho como abrir mão do trabalho. Era separada e o ex-marido, mais um desses alguns desempregados e descompromissados com a paternidade.
O dia da mulher é todo dia, não foi em vão que a natureza lhe destinou todos os encargos, e por isso acaba cedo hormonalmente, o homem não, por isso gesta o embrião, o carrega por nove meses, e o abriga por toda a vida. Não há corte do cordão umbilical. O sêmen do homem só chega na disputada corrida, involuntária, para fecundar o óvulo. Mera disputa, não guarda o sacrário da vida, o útero. Sua participação biológica acaba nesse ciclo, e a história mostra que encerra no desconforto da vida suas emoções na sua atuação. Regra e exceções em suas devidas computações à margem, apenas registro.
Por que escrevo? Minha neta me cobrou, vovô hoje é o dia da mulher, nada vai escrever?
Minhas mulheres, minhas netas maravilhosas, minha fortuna as duas, duas filhas, uma nora delicada e linda, a quem a maternidade não sorriu, e minha mulher, a quem tudo devo por me resgatar da vida mundana louca em que vivia, e resistir ao chamamento.
Mas não se resiste à inevitabilidade do destino, Felizmente.
Meu trilho em que trafego devo a ela, e ao máximo expoente feminino, mulher sem adjetivos possíveis, a Virgem Maria, Mãe de Deus.
Todas as mulheres são mães de alguma forma. O código de valores, femininos, exponenciais, serve para todos os filhos que a mulher possa não ter tido, porém se projetam em todos os filhos que habitam o mundo. A forma não é importante, vale mais o exemplo do que a realidade irrealizada. Quantos filhos de outros ventres podem seguir um ministério de exemplos ditados pelo embrião de ser correto? São filhos aqueles que nos seguem, que banhados de luz vivem a vida da boa vontade, em harmonia com os sentimentos e respeito a tudo e a todos, que as mulheres conservam em amplitude. As mulheres são as educadoras da humanidade, desde o lar até suas atividades todas. Esta a verdadeira maternidade que dissemina a razão de ser melhor, conduzir antes mesmo de gerar. Muitos seguimos e nada somos biologicamente dos seguidos, mas permanecem em seus ensinamentos, somos os princípios apontados. A maternidade não é só trazer vida, mas ensinar a viver, a todos, principal atividade da mulher no mundo.
A expressão "Maria, mãe de Deus" foi oficialmente autorizado no Concílio de Éfeso no século V. O concílio procurou resolver uma diferença entre alguns bispos em referência à divindade e à humanidade de Jesus. Pela Bíblia Jesus é apresentado como Deus que se fez carne (João 1:1,14). Muitos têm tentado separar essas duas características de Jesus Cristo, entendendo serem pessoas distintas, uma espiritual, a outra carnal.
Teólogos congraçados em Éfeso, cidade conhecida por sua exaltação de uma deidade feminina (veja Atos 19:23-41), não se contentaram em estudar o que as Escrituras dizem sobre a humanidade e a divindade de Jesus Cristo. Para defender o fato que Jesus é Deus, eles argumentaram assim: "Emanuel realmente é Deus, e a santa Virgem é, portanto, Mãe de Deus". Sob conceito logístico válida é a proposição. Assim foi oficializado o dogma de "Theotokos" (Mãe de Deus), uma doutrina que não se encontra na Bíblia.
Em 1950, Pio XII, pela vontade de milhões de católicos, afirmou como dogma a crença da Assunção de Maria ao céu. Agora, no início do século XXI, o Vaticano está sendo bombardeado com petições para exaltar Maria ainda mais. Por enquanto, não foi decidido se Roma ordenará que Maria seja vista como corredentora, ao lado de Jesus.
MÃE MAIOR - SAUDADE.
A mãe maior que nos afaga sofreu sem desespero e se entregou à resignação silenciosa, indescritível, de ver morrer seu filho, o Homem-Deus, sem apelos ao Pai.
A mãe-maior, mãe de todos que se ajoelham aos seus pés em todos os rincões onde surgiu e surge, mensagem da paz e da concórdia a lembrar o martírio de seu filho pela aproximação da humanidade.
Mãe de nossas mães, mãe de todos, tranquilidade do rosário, mantra divino que enternece corações, protetora dos corpos a quem se revelou, deixando-os hígidos após a morte.
Verdade da transcendência incompreendida pelos que pecam pecados capitais e são tragados pela dúvida dos néscios sobre seu filho.
Caminho e veículo da revelação de seu parto, materialização do espírito que se faz forma em locais santos, exclusiva irradiação da divindade.
Maria, mãe de minha mãe, mãe de todos, mãe da humanidade, na concepção de seu filho;
JESUS CRISTO.
Saudade.
Mãe, sem muita coragem escrevo-lhe estas linhas;
Flor do campo,
Brisa da manhã,
Verde dos vales,
Azul do mar,
Perfeição da natureza feita mulher;
Ontem meu reduto, largo abrigo, paz da aflição;
Hoje meu confessionário, proteção suave que brilha no firmamento;
Vida da minha vida, semente de meu pão, silêncio mudo de minhas súplicas;
Bonança das horas de angústia;
Teu nome a calma,
Teu sorriso a maravilha,
Tua presença a segurança;
Minha mãe, tudo do nada que somos, leito e estuário no sacrário dos sentimentos;
Pó da vida,
Vida das certezas, do desinteresse, da esperança;
Amplo abraço dos meus sonhos,
Café com leite das noites cansadas,
Espera sofrida da chegada,
Vigília do amor;
Saciedade dos desejos, desmedidas emoções;
Braços que se abraçam, mãos que se dão;
Ansiedade, saudade.
Escrito uma semana após o falecimento de minha mãe, em 1986, publicado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros, na antologia “A TOGA E A LIRA II”, edição de 1988.
Seu nome era Alice, do grego (alethos), que significa "real, verdadeira ou sincera".
Sempre me ensinou a prática da verdade e a máxima "o silêncio é de ouro, a palavra de prata; Alice Teixeira Panza, era e é seu nome.