Considerações de uma madrugada com café

Eu poderia usar o que aconteceu comigo essa semana e aproveitar o 8 de março para falar da mulher. Poderia ressaltar o quanto eu fiquei chateada de retirar um texto meu das redes sociais por não ter sido capaz de lidar com os comentários medíocres só por se tratar de uma personagem livre. Uma mulher livre.

Eu poderia falar das mulheres na Síria. Ou da Síria, como um todo. Poderia citar mais uma vez como a humanidade está adoecendo, se apequenando. E que, dadas as devidas proporções, eu receio a possibilidade de que até as eleições, o brasil esteja assim.

Mas essa noite, deixei a janela do quarto aberta para amenizar o calor, e eis que tantos anos na mesma casa, só essa noite me dei conta que se eu me deitasse com a cabeça nos pés da cama, poderia dormir olhando o céu. Que se fez estrelado para a minha atenção. Logo eu que sei quanto o silêncio da madrugada faz barulho dentro da gente.

Eu gosto das madrugadas, o barulho é basicamente grilos, corações e estômago. Li uma vez que a noite é dos poetas, das putas e das pessoas que morrem de amor. Mas putas e poetas e pessoas que morrem de amor podem ser personalidades de uma pessoa só, e de ambos os sexos. Nesse caso a madrugada é minha também.

Um amigo me disse brincando que o verdadeiro dia das bruxas é hoje. Talvez ele não soubesse o quão poderoso isso é. Que as mulheres da Síria, do Brasil e do mundo todo, saibam. E também essa humanidade, composta por todos os sexos, semelhanças e singularidades.

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.Todos os dias são de todos!

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*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.

Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 08/03/2018
Reeditado em 08/03/2018
Código do texto: T6274183
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