EXISTENCIALISMO E REALIDADE.
“A felicidade não está em fazer o que a gente quer, e sim em querer o que a gente faz.” Sartre.
Onde está o hiato?
Eu faço o que quero é diverso de quero o que faço?
O que há de existencialidade ou de realidade na frase encimada?
Fazer o que quer não seria o mesmo que querer e fazer o que faz?
Não adianta forçar a equação lógica. Evidências não permitem subjetividade. Sartre, que ficou superado, argumentou com discurso do impossível descasado do real. Não teve muito sucesso diante da vida com sequência de fenômenos do quotidiano.
Tornar a razão absoluta, fundir o racional com a realidade, traz esses contextos pleonásticos. Afirmar o afirmado, sendo o que se é, querendo o que se faz, fazendo o que se quer. Desconstruir.
Seria a derrubada dos grandes sistemas filosóficos tradicionais?
Não há como retirar as estruturas básicas do pensamento filosófico clássico, tradicional, agora com avanço e uma sustentação maior, somada por grandes escolas. A filosofia deu um avanço para a coloquialidade. E o existencialismo, discussão de uma época, resultou em qual desfecho pragmático?
Livros simplórios, ainda que de autoajuda, que nada ajudam, pois só o próprio buscador de ajuda pode se ajudar, dão ao menos referências, chavões, nortes fraseados. Isto é filosofia coloquial.
A filosofia especulativa, concentradora da concepção mecanicista do universo, tem outra abordagem.
Idealismo e realismo continuam com o mistério da existência humana segregada na especulação.
O sentido e irracionalidade constituirão enredo filosófico de nomenclatura sugestiva, existencialismo.
Existência concreta, o homem trancado em grades subjetivas, condenado a um silêncio absoluto, sem motivação, um homem de existência sórdida, mas que se basta, não precisa de crenças, Deus está eliminado.
A vida ambivalente, plural em valores tradicionais quebrados, ao menos em Sartre, é diversionista. O existencialismo, com outros nomes de relevo, teve em Sartre o centro de uma época, por seu estilo de vida, quase um modismo.
Nada supera o realismo que decorre de uma existencialidade sem retóricas por serem materiais e evidentes.