MINHA QUERIDA PORTA EMPOEIRADA

Quem não tem dúvidas, sem dúvida já morreu.

Por onde seguir, o que dizer, qual decisão tomar, com quem caminhar...

Parece que as dúvidas são que nem mato que nasce do nada

e se prolifera pra todo lado, sem cansar.

E quando mais vivemos, e envelhecemos, mais damos espaço

pras dúvidas deitarem e rolarem.

Quem se diz servido de dúvidas suficientes, desprezando as que

pedem pra entrar, está blefando ou zoando consigo mesmo.

É claro que o lastro, que só a experiência das caminhadas patrocina,

ajuda a lidar com muitas dúvidas, resolvendo algumas delas tão logo

coloquem a cabeça pra fora da casca.

Isso ajuda a não ficar queimando os miolos com coisas que não merecem

tanta atenção assim.

E quando aparece uma dúvida inédita, do nada, sem jurisprudência

que nos ajude a julgar o caso?

Vira e mexe me coloco em sinucas assim e isso dá uma tremida

no meu chão, porque acontece fora do roteiro original.

Daí peço ajuda.

Bato naquela porta meio escondida, um tanto empoeirada pela falta

de uso, que se chama eu interior.

Aquele inquilino perpétuo que nunca me deixou na mão e que conhece

meus engasgos, podres, escândalos, remendos e farsas melhor que ninguém.

E ele me diz, na cara dura e sem rodeios, o que está rolando e aponta com o dedo pra onde seguir.

Ontem passei por momento assim e mandei ver naquela tal porta empoeirada.

E não é que veio a luz? Poucos segundos bastaram pra minha agonia virar farelo e eu entender o que estava passando.

Tudo mesmo.

Agora é só tocar a bola pra frente, carregado de certezas e tranquilidade.

Até a próxima dúvida chegar e fazer nova zoeira na minha cabeça.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 06/03/2018
Reeditado em 06/03/2018
Código do texto: T6271929
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