Da alvorada ao crepúsculo
Alguns afirmam que é uma questão de ponto de vista; outros dizem depender do estado de espírito. Mas, não raro, reencontramos a esperança até nos temidos ocasos da vida.
Os pueris impulsos, aqueles nascidos no leste dos nossos verdes anos, alguns declinam; outros são depurados, gradativamente, ao longo do nosso estágio terrestre.
Nossa existência não detem o poder do impedimento. É inevitável a contagem regressiva.
Mas, nem sempre o que é findo significa o oposto do princípio.
Há uma providencial e educadora lacuna entre as pseudo forças antagônicas, residentes nos nossos oriente e ocidente.
Entre os dois extremos do nosso horizonte, encontramos os ensinamentos naturais que nos revestem de experiências.
Entre nossos dois pontos cardeais estão as agruras e percalços que nos fazem valorizar cada passo dado, através dos degraus de uma íngreme e invisível escada de aperfeiçoamento.
Creio que nossas aspirações são retomadas, felizmente, a cada manhã nascente, como também os nossos melhores sonhos se aconchegam nos ninhos noturnos, formados entre os inúmeros galhos do nosso poente íntimo.
Felicitemo-nos, pois, pelas novas e oportunas manhãs de recomeços.
Somente, tão somente, devemos permitir que o nosso brilhante sol se esconda no oeste da cansativa e inebriante jornada, se for para ressurgir em uma nova e clara aurora com dourados raios reluzentes de bondade e de amor.