MENOS CHORO E MAIS AÇÃO
Quanto mais choramos, mais apaziguamos nossos espíritos e assim esquecemos facilmente das desgraças.
Quem é Aylan Kurdi?
Quando morremos a prestação, as pessoas não ligam muito para isto.
Assim, estamos cheios de morrentes, já a partir do primeiro dia de vida.
São inocentes quem vem ao mundo, sem pedirem e por desgraça, as cegonhas, as largam em buracos cheios de desgraça, buracos, que na maioria existem nas ruelas e labirintos da periferia.
Mães pobres, pais desconhecidos ou omissos e governantes, inescrupulosos olham para tais buracos e enxergam votos, somente votos.
Nós os comuns, passamos olhando sobre o ombro, assim não sofremos, mas as crianças continuam morrendo, até que um dia são pegas, ou por uma doença grave, ou pela escola do faz de conta, ou pelo ingresso no mundo do crime, então fatalmente num confronto, com a própria bandidagem, quem de tanto morrer aos poucos, morre em definitivo.
Bem feito, nascido naquele lugar, só podia dar nisto. Bala neles, dizem os defensores da sociedade.
Já quando a morte chega de repente, quanto mais violenta melhor, de preferência quanto mais jovem for, as pessoas se horrorizam, pedem providências à ONU, isto e aquilo, compartilham sarjetas ensanguentadas, finados inocentes.
Claro que em algum momento faço parte dessa hipocrisia, assim como a maioria de nós, mas me poupem, pois sangue é sangue, tanto faz se de inocentes sírios, ou inocentes brasileiros, então menos choro e mais ação, para que os nossos pequeninos se tornem pessoas e não mairginais.
Se for preciso, que a lei mude, para que o Estado inverta o processo e ponha uma mão que educa e quando for preciso, seja uma mão forte que corrija.
Aylan Kurdi foi aquele menino, encontrado morto, em setembro de 2015, quando fugia da Síria, o mesmo pais que agora enterra centenas de crianças mortas.
Pelo visto, a morte dele foi em vão, assim como milhares de pequenos brasileiros, que morrem um pouquinho todos os dias.
Pois bem, já dei a minha choradinha, de espirito apaziguado, pelo menos na próxima semana, viverei feliz.
Não esqueçam da choradinha!