O desiludido

Fazia muito calor, afinal os dias de verão estavam no inicio da estação, sentado na beira da estrada esperando o ônibus passar. Seria um adeus, não tinha planos de breve retornar ou seria audácia de sua parte querer um dia voltar! Perdido, sozinho, abandonado, angustiado, desprezado, desacreditado, desiludido, rebaixado, fraco, sem vontade, sem sonhos, sem liberdade, sem confiança e triste. Esse é o reflexo de um coração que um dia foi puro, verdadeiro e sincero, mas te conheceu. Sabe que a distância mais longa é aquela entre a cabeça e o coração. Ali viu nascer, crescer e depois de grande, seus espinhos feriam gravemente seu coração. Tem medo, medo de acreditar no amor. Medo de ser desiludido novamente. Espera não ver repetir aquela história nunca mais…. De novo não, por favor. Tem escutado muitas histórias, mas esta deseja esquecer, pensa com o passar do tempo e a distância, novos áreas podem acalmar, as dores que sente no peito, que o doutor nada pode fazer, que o destino caprichoso ali plantou somente ela pode colher.

Pela janela via as paisagens passarem, na tela do pensamento via sua mãe solução dizendo: Meu filho sempre há outra chance, uma outra amizade, um outro amor. Para todo fim, um recomeço. Pode acreditar. Não perca a esperança. Você nunca sabe o que o amanhã vai te trazer. Não esqueça de mim!

Luzes o acorda, barulho infernal, gente e mais gente, na estação pode ouvir as falas se misturando com os gritos, o adeus se cruzando com as chegadas, desce tudo estranho se faz, mais um na roda viva pra sobreviver na cidade grande.

Jova
Enviado por Jova em 02/03/2018
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