ESPÉCIE EM EXTINÇÃO (Phellipe Marques)
Sou mesmo uma espécie em extinção? Um ser fora dos padrões?
Que valoriza a pureza do olhar e isso me torna antiquado?
Sou daqueles que vive cada nota e vibração de um grande amor.
Somos poucos, de fato.
A maioria acredita no efêmero e perde as cores e sinais que estão no ar.
O que seria do mundo sem a alma do artista?
O que seria da humanidade sem a arte que eleva-nos à condição de humanos?
Arte literária, arte cênica, arte plástica, telas de acrilico, arte de viver e amar.
Estou suspenso na melodia que verbera a sua vida.
Não há chão mais seguro e belo que aquele que se mede no infinito.
Nem céu mais claro e profundo que aquele que se revela no ato da composição.
Tudo é vida! Tudo é amor! Registro para a posteridade! Reconhecimento ao seu valor!
Talvez em meio ao temporal você me reconheça e perceba que amar transcende distâncias e situações adversas.
Amar é um pulo no abismo, sem garantias de volta à terra firme.
É um ato de reconhecimento de si mesmo, um mergulho ao melhor de si, livre de máscaras impostas pela sociedade.
Amar é força que supera a extinção.
Não, não sou espécie em extinção!
Supero.
Escrevo.
Recrio.
Reinvento.
E sonho.
Raça que sonha, conquista.
Raça que sonha, revela.
Raça que sonha, inspira.
E sobretudo, ama.
Amo você.