Nostalgia

Hoje é o último dia que me permito pensar em você. É a última vez que dou ao meu peito a chance de sentir um aperto incontrolável e a meus olhos de lacrimejarem. E não, eu não estou desistindo. Ao contrário disso, estou ganhando a luta.

É que eu sinto que já fiz tudo o que podia e tudo o que deveria, mas não cabe a mim dizer sim por alguém que não consegue dizer ao menos um 'talvez'. Minha alma é grande e meu coração maior ainda, no entanto eu ainda tenho consciência de quando parar. Então é isso, parei. Virei a página. Coloquei seu nome na caixa de memórias que não quero guardar, bem no fundo daquela gaveta velha, para que as traças um dia te levem junto com tudo aquilo que você trouxe.

Talvez minhas pernas ainda possam fraquejar e minha mente se inundar de nostalgias dos planos que inocentemente fiz, acreditando fielmente que um dia seria verdade, ou até mesmo daquele céu estrelado que assistiu a nossa última conversa antes de eu saber que o céu está mesmo tão distante. Mas já não dói, já não brilha, já não encanta.

Sejas tu, nessas tuas andanças, que o meu caminho eu irei trilhar, da mesma forma que fazia antes de você chegar, naquele ponto de ônibus às seis da manhã de um sábado qualquer.

Guarde as tuas palavras e poupe-me de mais sofrimento. Esse pedaço de alma, eu levo pois me pertence. Apenas não te quero mais e, se é necessária uma despedida, que seja: adeus.

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31 de dezembro de 2015

Gabrielle Benatti
Enviado por Gabrielle Benatti em 28/02/2018
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