O celular e eu

Por um infortúnio da vida a tela do meu celular de repente apagou... E agora?

Quem vive num mundo globalizado sem estar inserido nos "Scripts"?

Compro um novo, simples.

Mas simples era só a solução, eu quis mesmo o moderno, complexo e agitado aparelho.

Cheio de aplicativos, detalhes, senha, números no boleto...

Até que as notificações não paravam de chegar!

É Facebook avisando algo, Messenger no verde em alta velocidade, Instagram revelando fotos a todo segundo, whatsapp que parece ser mais real que a própria vida.

O que senti? Pavor.

Sensação de estar diante de um campo verde cercada de gente gritando meu nome e falando todos ao mesmo tempo querendo uma resposta agora, pra já.

Surtei.

Não quero mais.

Desativo.

Desinstalo tudo que me queria me intalar.

E reflito.

Bendita tela de celular queimada. Vou te recuperar, bebê.

Esse novo celular é até bem desenvolvido mas não pode chegar na minha vida ontem e decidir o que devo ou não fazer, ver ou ouvir.

Respeito. É o mínimo.

E quando eu disser que não quero saber de nada, não quero nem ele vibrando. Eu quero silêncio.

Quando todos esses contatos quiserem falar comigo, eles deixarão suas mensagens. Eu vejo a hora que quiser.

E caso eu ainda não tenha sido clara o bastante (me refiro a não saber ao certo todas as funções desse novo objeto), uns dias descarregados, em off, resolvem a questão.

Dandara Santos
Enviado por Dandara Santos em 27/02/2018
Reeditado em 27/02/2018
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