“Para o progresso espiritual, um ato de bondade tem mais valor que uma descoberta científica”.
Essa foi uma das frases basilares que estudamos na última reunião do  grupo sobre a obra de Pietro Ubaldi, e ficamos indagando por que ele teria dito isto; cada um falava o que pensava.
Então foi falado que um ato de bondade é uma ação espontânea, naquele momento, para ajudar alguém, sem que o ego participe, sem o raciocínio, não é premeditada, uma coisa que sai de dentro do coração, ao passo que uma descoberta científica nem sempre é para o bem, ainda que o inventor ou cientista tenha considerado ser um grande avanço para a humanidade. E aí foi falado o caso do avião, pois Santos Dumont cometeu suicídio quando viu que o avião estava sendo utilizado na guerra e matando milhares de pessoas.
Outra pessoa falou que Ubaldi disse isso porque o ato de bondade é algo eminentemente espiritual, parte do Espírito, sem a interferência da razão e de qualquer coisa material, qualquer móvel, digamos assim, material e a descoberta científica geralmente é feita pela razão, o raciocínio e a inteligência do cientista e não envolve sentimento.
Também foi comentado que um ato de bondade não é necessariamente uma coisa grandiosa, ou mesmo uma ajuda material, isso também, mas os pequenos atos que podem ser praticados no dia a dia, espontâneos, como ajudar uma pessoa que está perdida na rua, informando-lhe o endereço que ela procura; guiar um deficiente visual necessitado, oferecer o silêncio e os ouvidos àquele que esteja precisando falar, ou, ao contrário, oferecer uma palavra de consolo ou de ânimo a alguém, etc.
Outro dia estava numa farmácia e vi uma senhora comprando uma caixa de medicamento que duraria um mês. Ela disse que já tinha ido a duas farmácias e não tinha encontrado. Então o atendente disse que havia uma outra caixa na outra loja, que se ela quisesse ele poderia mandar entregar na casa dela. Ela pensou um pouco e recusou, dizendo que ela estava suprida por 30 dias, e que a outra caixa poderia servir para alguém que também precisasse desse medicamento. Pensar no outro, um desconhecido... Pouca gente faz isso, e indica já um certo progresso espiritual das pessoas que têm esses atos de bondade espontâneos.
Enfim, se prestarmos atenção no nosso dia-a-dia, se estivermos vivendo mais no presente do que perdidos em lembranças ou ansiosos com o futuro, perceberemos muitos momentos para sermos úteis a alguém, proporcionar um sorriso, um brilho no olhar, um sentimento de gratidão por parte daquele que recebe o auxílio, mesmo quando fazemos sem esperar retribuição.
Um ato de bondade auxilia a quem o recebe, mas, com certeza, auxilia muito mais o que pratica, porque mostra que ele já galgou um degrau, por pequeno que seja, da evolução espiritual e já começa a ver o outro como verdadeiro irmão.


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