Meu amigo e a doutora!
Meu amigo e a doutora!
Eu já vi.
Meu amigo tem um tanto de razão. Ele só não sabe explicar a fulminância da atração.
No dizer dele, ele nem precisava, resolveu, para fugir às amolanças da família, sua mãe, seu pai nem tanto, todo mundo, que enjoeira! Estavam achando ele um tanto estranho, falando coisas à toa, sono atribulado, comendo pouco... mas, ele mesmo estava de bem, fazendo planos para o final de ano, mesmo assim resolveu, para não contrariar a família, ir visitar a doutora. Antes teimasse e não tivesse ido! Ficou pior.
Meu amigo, agora sim, não come, não dorme e quando dorme é pesadelo, que o faz acordar apavorado, suando, corpo todo molhado, constrangido, o lençol maculado.
Meu amigo, antes vivia vida serena, pouco trabalho, pouco dinheiro, nenhuma extravagância, alguns amigos, o aconchego materno, uma delícia!
Meu amigo me segredou a razão de seu destempero. Foi simples. Diz ele que chegou despretensioso, dono de si, abriu a porta e do outro lado, saindo de traz da mesa, languidamente acenando para ele, uma, não duas, não apenas duas, mas duas monumentais pernas, cobertas apenas por um jalequinho branco, que as faziam mais e mais exuberantes, que pernas!!!
Meu amigo sucumbiu.
Meu amigo, que antes nada tinha, agora está perdidamente doente de paixão pelas belas pernas da doutora!