"RUIM COM ELA, PIOR SEM ELA". INTERVENÇÃO.

"Ruim com ela, pior sem ela" -

Partes do Texto por CORA RÓNAI, artigo em O GLOBO - 22/02.

"A incompetência do Estado é justificativa para comportamento coletivo cada vez mais selvagem no Rio.

Como quase todo mundo da minha geração, eu também cresci sem saber nada sobre a Índia. As escolas pouco ou nada ensinavam sobre o outro lado do mundo; cada qual que descobrisse por si o que lhe interessava. Passei a maior parte da vida familiarizada com os clichês habituais — pobreza, yoga, gurus, vacas sagradas. Por causa do movimento da não agressão de Gandhi, e da sua figura ascética, imaginava uma terra de grande paz, e levei um choque quando comecei a ler a sério sobre o país. Como assim, mais de um milhão de mortos durante a partição? Como assim, intolerância religiosa? E estupros? "(estupros são tolerados, mulher é um ser considerado de última classe, feticídio e infanticídio, motivados por dotes. Mulheres não trazem dotes, motivam ter que conceder dotes). Parênteses meus.

"Desde que entendi isso, passei a entender muita coisa. Uma ficha tão simples, que demorou tanto a cair na minha cabeça.Hoje, no Rio, somos todos especialistas em segurança pública.(Não creio, estar sujeito à insegurança não é ser especialista e conhecedor de segurança pública).

Todos nos consideramos aptos a palpitar sobre a intervenção, sobre o que deve ser feito e como e quando." Parênteses nossos.

"está presente o ano inteiro no nosso cotidiano de malandragem, no absoluto desprezo que devotamos às regras básicas da cidadania: pequenas coisas que não matam ninguém, mas que compõem um coquetel tóxico de incivilidade.Ora, imaginem. O barzinho que funciona até altas horas na zona residencial é bacana, o barulho da praça que não deixa ninguém dormir é sinal de alegria. Pichação é manifestação de inconformismo e não deve ser reprimida, quebrar equipamento público é válido, destruir canteiros e jardins não é nada porque, afinal, o mundo é cruel."

"A violência e a incompetência do estado, inquestionáveis há décadas, servem no Rio como justificativa para um comportamento coletivo cada vez mais antissocial e selvagem, uma espécie de buraco negro. Como o Estado não faz a parte dele, achamos razoável que a população não faça a sua, sem perceber para onde nos leva essa espiral de desordem."

EM ASPAS PARTES DO ARTIGO DE CORA RONÁI.

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(ABAIXO A PARTE EM QUE CORA RONÁI TRANSCREVE FATOS QUE JUSTIFICAM A EXCEPCIONALIDADE DE MEDIDAS PARA O RETORNO AO DIREITO MAIS BASILAR. A INVIOLABILIDADE DO LAR JÁ NÃO EXISTE,PRETENDE-SE SEU RETORNO.) Caixa alta e parênteses meus.

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Do Facebook: “Imagina uma mulher sozinha à noite em casa porque o marido trabalha à noite e com duas filhas ela ser obrigada a abrir a porta e entra mais de dez homens armados e falar que não vai fazer nada só dormir e esta mulher se trancar no quarto com as filhas e ela ter que acalmar as filhas para não chorar e as meninas ficarem vomitando de nervoso e passarem a noite toda trancadas com medo sem saber o que poderia acontecer e pela manhã só ouvir a porta batendo e sair pra ver se já foram embora e ver que tudo que tinha que já era pouco biscoitos leite suco danone tudo que podia ser comido eles comeram e a pessoa não saber se na noite seguinte eles voltariam ou na outra.”

ESSES LOCAIS DE MORADIA, COMUNIDADES, BECOS E VIELAS, SEM NÚMERO OU NOME DE RUA, NÃO PERMITEM EXPEDIÇÃO DE MANDADOS COM IDENTIFICAÇÃO REGULAR, PARA BUSCAR E APREENDER BANDIDOS, ARMAS E DROGAS. A LEI PERMITE A ENTRADA EM DOMICÍLIO QUANDO EXISTE FLAGRANTE DELITO NO LOCAL, INDEPENDE DE MANDADO. NÃO FICA DIFÍCIL ARBITRAR O QUE OCORRE NO INTERIOR DESSAS HABITAÇÕES, NA PERSEGUIÇÃO DE CRIMINOSOS OU DENÚNCIA EFETIVA DO DEPÓSITO DE DROGAS E MUNIÇÃO. ESSES FATOS DISPENSAM MANDADOS. POSSÍVEL AINDA UM MANDADO POR ÁREA, ONDE SE SABE EXISTIREM ARMAS, DROGAS E CRIMINOSOS FIXADOS.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 22/02/2018
Reeditado em 22/02/2018
Código do texto: T6261298
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