Delete!
 
 
Usar as ferramentas digitais facilitam e muito a nossa vida, pois vários conteúdos lá disponíveis em HD ou dispositivos periféricos, são de fácil acesso e quando se tornam obsoletos e sem sentido para mantê-los, basta apenas, excluir ou deletar. Simples e rápido, lixeira neles.

Fui fazer uma “faxina” no meu computador e quanta coisa para deletar, muita coisa antiga que não faz mais parte da minha vida, slides, mensagens, fotos, vídeos e outros mais, tudo fazendo a lembrança ganhar volume, de fatos e passagens que agora não tem mais razão de ser. O ser humano tem a capacidade de formar imagens e reter memórias de algo bom ou ruim, e lá ficam armazenadas, e quando há um evento que dispara o gatilho, pronto lá vem à lembrança. Não podemos refrear o processo, a lembrança vem e toma conta, se quer curtir algo que foi bom, muito que bem, se é algo que foi um ruim -Ai, meu Deus! 
 
Mexi e remexi nas pastas e claro, Boom! Lá estavam coisas que foram boas e agora, já não agregam mais nada à minha vida, talvez até me façam mal relembrar, e pronta para deletar, eis que que vem a danada da emoção, aquela que embalou o momento ali registrado, fico na dúvida, lixeira ou não? A mensagem na tela fica impassível: Deseja excluir: Sim Ou Não? A emoção e razão, que duelo! Opto por sim e lá vai por limbo tudo aquilo que fiquei arquivando sem nenhum efeito prático, deixo somente o que preciso, utilizo de forma acadêmica, por hobby ou coisas que me tragam boas lembranças, não preciso destas pastas indicando o passado que não quero reviver. Basta!
 
Fiz uma ressalva, talvez por sentimento de perda insofismável, deixei umas fotos e uns textos que me são preciosos, lembram de uma fase boa que vivi, e que nunca mais voltará, pois se voltar será um desastre sem fim, não quero este sofrer, mas ainda me sinto atada àquele vinculo, o que fazer? Decidi, fiz uma pasta e identifiquei com o nome: DANGEROUS em maiúsculas mesmo, assim sei que não devo acessar, mas por enquanto não consigo deletar.
 
Sei que tem coisas que melhor eliminar de vez, mas tem algo que enlaça e complica tudo, e este algo chamava-se Afeto. Adquirir afeição por algo ou por alguém, torna tudo mais prazeroso, mas também no desenlace, causa um certo pesar. O envolvimento emocional torna tudo muito mais angustiante na hora de ponderar e resolver o que ficar e o que deve ser eliminado.

Mãos à obra! Hora de deletar.
 

 
       
          Aqui, registro uma participação notável da querida poetisa 

                                            Cristina Gaspar




A
rmazenando tanto dados de memória.
Guardando em telas, dígitos e imagens,
boa parte de nossa mini ou grande história.
Amores, dores, tristezas, alegrias, viagens.

Nem tudo é bom para ser realmente lembrado
Coisas que a nós, nada mais na acrescenta.
E teimamos em não conseguir por de lado
Por fases remexemos, não dá, mas, se tenta.

Um dia resolvemos ter foco e deletar
De muito vamos nos desfazendo com fé
As vezes dói, lágrima cai, sem interpretar.
Devemos da vida só guardar
tudo aquilo que nos empurra para frente.
Deleta-se dor e seguir, com fé plena na gente.
 
 
Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 21/02/2018
Reeditado em 25/02/2018
Código do texto: T6259942
Classificação de conteúdo: seguro