O TREM QUE USAMOS HOJE

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Terça-feira, 20 de Fevereiro de 2018

A partir de uns tempos atrás, aos sábados, tenho ido ao centro da cidade, bem como a outros lugares, para dar uma olhada nas modas, como se dizia em outros tempos. E mesmo possuindo bicicleta, motocicleta e automóvel, opto pelo uso do transporte público nessas oportunidades. E em boa parte dessas vezes tenho escolhido o trem para minha locomoção aos lugares que pretendo ir.

Em sendo assim, confesso ter me surpreendido com o nível desta condução, se comparada aos tempos em que era mais novo, e frequente usuário dele, haja vista que naquela época que chamávamos de vacas magras, não possuía condução própria para deslocamentos. A passeio ou ao trabalho, como hoje possuo.

Os vagões são quase sempre novos, com ar refrigerado, e extremamente limpos. E obedecem uma frequência muito equilibrada nos horários. O interessante é que mesmo num tempo de verão, como estamos, a temperatura dentro da composição é fria, chegando a incomodar certas vezes.

Mas existem alguns pontos negativos nesse tipo de serviço. O primeiro deles é o número de camelôs dentro dos vagões. Mas isso, sabemos, sempre existiu. Mas para esses tempos atuais é um fator destoante, Porque não se observa o incômodo que eles causam, fora a sujeira que promovem nas estações quando preparam seus artigos de venda, tirando-os de caixas de papelões ou sacos plásticos, jogando-os por ali mesmo, sem nenhuma preocupação com a sujeira que praticam e causam.

Um outro fator que chamou-me atenção foi ver quase todos os trens que circulam no percurso como parador, possuírem os vidros dianteiros com marcas de pedradas, todos estilhaçados, mostrando muito bem a quantas ainda anda o desenvolvimento de muita gente nessa cidade. É coisa de assustar, mesmo.

Também observei um fato que penso ser necessário abordar. É que nas composições que trafegam nos trajetos, o trem é formado por oito vagões. Mas deveria ser uma coisa uniforme, ver nas extremidades dele as cabines de maquinistas. Mas observa-se que sem a devida necessidade, as duas outras composições que dividem esse mesmo trem, a quarta e a quinta, também possuem cabines de maquinistas.

É óbvio que grande parte das pessoas não atentam para esse detalhe. Mas é interessante abordá-lo. Porque em termos de custos, um vagão com cabine de maquinista é mais caro do que aqueles que não a possui. Daí que na compra dessas composições, tal fato deveria ser atentado, com o fim de diminuir tais custos para o bolso do contribuinte. Mas é óbvio que aí também tem truta, quando se quer dizer de que uma situação possui certas suspeitas.

Enfim, alguns leitores pensarão que tal assertiva é coisa de quem não tem o que fazer ou abordar. Mas como no meu perfil discriminativo nesse espaço, é dito que nada do que ocorre nesse nosso cotidiano, passa despercebido ao autor. Daí...

Mas fechando essa matéria, há a necessidade de se dizer aos mais jovens, que eles não fazem a mínima ideia de como eram os trens nos quais a população usava há quarenta ou cinquenta anos atrás. A brincadeira naquela época dizia que era o "rasga roupa", porque as composições maltratadas, não ofereciam o serviço que hoje oferecem, bem como suas lotações eram cotidianamente cheias, parecendo que os passageiros viajavam como se fossem verdadeiras sardinhas em lata. Ainda bem que são tempos que não voltam mais, com certeza!

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 20/02/2018
Código do texto: T6258968
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