MANUTENÇÃO DO PODER.
Para Maquiavel, a política era uma única coisa: conquistar e manter o poder ou a autoridade. É o que se vê sempre, pior, a qualquer preço.
A única coisa que verdadeiramente interessa para a conquista e a manutenção do poder é ser calculista; o político bem sucedido sabe o que fazer ou o que dizer em cada situação.
Já vi uma cabeça criativa e inteligente, quando se criticava componentes do legislativo, que seriam insuficientes em inteligência dizer: "lá não tem ninguém burro nem bobo, mas tem muito ignorante."
Com base neste princípio, "manter o poder e a autoridade", Maquiavel descreveu no Príncipe única e simplesmente os MEIOS pelos quais alguns indivíduos tentaram conquistar o poder e mantê-lo.
Contrariamente à cultura ocidental e aos ensinamentos chineses, ensinava, e mal, que a ética não se associava à política. Essa seria a grande novidade que salta de seus “Discursos” e do “Príncipe”.
Parece que foi posto em prática com sucesso em boa parte do mundo e faz com gigantismo proselitismo no Brasil.
Esse posicionamento, uma escola atual, repugna a natureza humana sob o lado do que tem de digno.
As Cartas Políticas, Constituições, abrem suas portas com base na DIGNIDADE HUMANA, pilar dos direitos dos cidadãos, o que o princípio maquiavélico contraria em termos de cidadania.
A dignidade, já que o Estado foi criado e volta-se exclusivamente para o homem em coletividade, vê afastada essa máxima republicana com boa dose até mesmo de cinismo. Quem facilita os meios sejam quais forem para atingir objetivos indignos encarna o que há de mais sombrio na história humana. E esse distintivo anda nas lapelas de muitos homens públicos.
A contraposição está na máxima de São Tomás de Aquino, “O mal não é necessário”, onde se pode extrair a leitura de que os meios que contrariem a ética, sejam quais forem os fins objetivados, não se justificam se importarem em péssimas ações, ações que esvaziam a ética.