COMEMORAR ANIVERSÁRIO
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
Aniversário se faz todo ano. Todo ano, a mesma coisa. Mas é diferente. Uma coisa é comemorar oito anos; outra coisa, oitenta. O dia em que completamos mais um ano é sempre um marco a mais. Demarca-se, todo ano, mais uma meta atingida. Há pessoas que escondem a idade como se fosse vergonha crescer em idade. Envelhecer é sinal de que avançamos na nossa caminhada. Caminhando e cantando e fazendo história. Juntos, percorremos a estrada da vida: uns mais adiante, outros mais atrás e, ainda outros, dando a largada. Todos em romaria. A pé, a cavalo, de carro, de trem, de navio, de avião. Cada pessoa no seu ritmo e circunstâncias, sem saber dia e hora de chegada. Quando o tempo já não será mais tempo.
Para bebezinho de um ano, festa de primeiro aniversário é de comes e bebes para os pais, padrinhos, convidados. Quando, então, se acende uma velinha com a idade da criança. Com o tempo, começam a disfarçar a própria idade. O número de velinhas não acompanha as idades velhinhas, embora os parabéns sejam iguais para todos. Numa Pista de Cooper, a demarcação ascende de distância em distância. Etapas que se vão percorrendo quase até a exaustão. Na vida, até à exaustão, quando chega a hora de cada um, de cada uma. É conselho de Cícero: “Os idosos não devem agarrar-se de forma egoísta aos restos de vida que ainda possuem, nem, por outro lado, abandonar-se à morte”.
Nossa vida pode ser comparada ao ciclo de vida dos frutos, ao estado de evolução até à sua madureza para a colheita. Ameixas maduras se soltam por si próprias. Em sentido figurado, colheita é aquilo que se colhe, recolhe ou obtém, uma colheita de boas obras, no caso. O mundo continua violento. Vidas são ceifadas. Sem dó nem piedade. Arrancam-se frutos verdes. Pela impunidade, desrespeito, distanciamento das autoridades, inexistência de políticas públicas, ganância, radicalizações, desmando do mando... O mundo precisa amadurecer. Já tem idade para isso.