Confissão sobre o Ministério da Insegurança Pública
Fazia algum tempo que andava com vontade de desabafar ao mundo televisivo a opinião não divulgada. Sentia que havia no complexo infomativo o que denominou de "informação que oculta" pois é dela que se vale a alma insalubre da política. Insalubre porque a corrupção devia ser o primeiro alvo do Ministério da Segurança Pública. Foi o que pensou quando foi divulgado a criação de mais um milionário ministério. Como dizer sim a mais este mecanismo de violência do setor público?
Era contra a corrupção governamental. Contra a corrupção dos setores públicos, primeira droga e a mais horrenda. Origem da violência urbana. Depois a informação televisiva ou televisível anuncia dados concretos de que a polícia mata assustadoramente na ação desvairada de atacar comerciantes de drogas no morro. Traficantes ou crime organizado são legendas criadas para impossibilitar o povo de alcançar o alívio social dessa sociedade política organizada e corrupta.
O tráfico é a farmácia pública fitoterápica da sociedade química e artificial de nosso tempo. Fumou um baseado, tomou uma cerveja e prosseguiu: A classe política não tem moral para combate-la como diria Sun-Tzu. É batalha perdida contra o povo. Lutar contra às drogas é como criminalizar o carnaval. Droga se combate com descriminalização! Evidenciou. O povo deve ter o direito gratuíto de se automedicar que é inerente a nossa sociedade tribal.
Educar para não restringir o direito individual na base do crime contra o crime. Nos tornamos campo de batalha dos países que já solucionaram a questão com a descriminalização. Somos cobaias de forças externas. O Uruguai não caiu nesta velhacaria política de uso de força armada para combater problema de saúde. Portugal também não. Outros países também não. Mas nós cismamos em confrontar com armas, cismamos em agradar a classe política que manipula a força armada para lhe dar oportunidade de se mostrar fora das suas diretrizes. Esse país de televisão e da televisão ganham fortunas com uma só face de Jano.
Perto desta realidade as drogas são inofensivas entre as forças que atuam sobre a inútil vontade de destituí-la. Milhares de almas são encarceradas entupindo o cárcere de modo que a generalização imposta corrompe a tese. Insere qualquer drogado na condição de tráfico e almas são queimadas no inferno do cárcere nacional. A juventude basicamente destruída, o operariado dizimado, sem direito ao alento. A sociedade de doze milhões de desempregados criada pelo roubo compulsivo da classe dominante. Por isso sentia raiva das informações maniqueístas divulgadas em larga escala.
Os militares de Canudos que deveriam ganhar terras nos morros do Rio de Janeiro encontraram apenas espaço entre as árvores favelas criando a sociedade que pretendem ocupar matando seus moradores. Destruíram a si mesmo, brasileiro contra brasileiro, noutro povoado distante que apenas rezava. A mesma igreja que se opõe a descriminalização e se apoia sempre no mais forte é contra a descriminalização.
As tropas novamente se voltam contra a venda de sonhos. Por que não repetem a história americana da Lei Seca? Ou o americano não utilizou o fisco para normalizar e enriquecer seu povo contra a violência urbana? Que ingenuidade política é essa diante de roubos miliardários da área política e pública? A gratuidade das drogas é o fim do tráfico e o início de uma luta que não desejam: lutar pelo desarmamento de cima para baixo. As drogas não são tão ruins assim diante de um sistema miserável de discurso vazio. As drogas são um álibi contra a classe política esquizofrênica diante da nova realidade virtual. Com o fortalecimento do direito individual cada vez mais se torna enfraquecida a necessidade direta da representatividade política. Ela deverá com o passar dos anos ser substituída por simples aplicativos. O computador pode calcular a divisão da riqueza nacional entre os esforços da população. Acaso os grandes criadores dessa nova revolução cibernética não fumavam baseado?