Os dois discursos!
Os dois discursos!
No caminho para Gurinhatã-MG, ontem de manhã, tropiquei, outra vez, na questão do discurso.
Antes mesmo de atravessar a ponte do rio da Prata, já me sinalizava a idéia dominante da existência básica de dois discursos na dimensão da política.
Debatendo comigo mesmo cheguei ao trevo da Flor de Minas, virada para Gurinhatã, com a convicção de que o cerne, o que embasa os dois discursos na vida pública é a mesma coisa. E é esta mesma coisa, este referente intimo comungado dos discursos que permite a possibilidade da coalizão, dos consensos, dos acordos que ocorrem no dia a dia da governança da vida pública, e portanto, no fundo no fundo, não existem dois discursos, mas um só discurso.
Antes de passar na frente da venda do Vergínio, ali no JUNCO, contextualizei que trato discurso como sensibilizador que nada tem a ver com verdade ou mentira. Discurso visa empolgar, empatiar, renovar fé, reiterar esperanças, revigorar sonhos, nada mais. Discurso é magia, veneno que inundam corações e os unem, de maneira transcendental, a um projeto qualquer. (escrevi isto há algum tempo atrás!)
Ao ver, lá longe, bem ali, Gurinhatã, a cidade do Pássaro Azul, já me ocorria que a aparente separação entre os discursos é dada por uma efemeridade: ser governo e não ser governo!
Passei o Gurinhatã. Na Furna do Chiqueiro não terei tempo para discursar.
O núcleo comum dos discursos é o bem estar social.
Estes disparates que ouvimos e vemos e que nos deixam estarrecidos e indignados, são outra coisa: desvio de caráter!