O CELULAR

Não se pode negar que o celular é hoje, uma ferramenta indispensável ao uso pessoal. Na maioria das famílias brasileiras, pelo menos um dos seus membros, possui um aparelho.

Apesar de algumas famílias ainda adotarem a unicidade de um único aparelho para todos os membros, a vocação maior é de que cada um possua o seu. E assim, esse aparelho se caracteriza cada vez mais, uma peça privativa, de uso exclusivamente pessoal.

Pois bem, aquele que ama e vive feliz com o seu parceiro, jamais deverá bisbilhotar o celular do outro, pois poderá encontrar motivos que desassossegará a relação, com prejuízos irreparáveis para o resto das suas vidas.

Foi bem isso que aconteceu com aquele casal... Ele resolveu olhar algumas mensagens no celular dela.

Ao ler “aquela” mensagem, teve um ataque de ciúmes repentino. Disparou questionamentos de maneira agressiva. Ela se surpreendeu com a reação dele, em tantos anos de casamento, ele colocar em dúvida a fidelidade dela.

A mensagem nada tinha de demais, apenas a manifestação de um velho amigo dela em querer saber notícias. Amigo do tempo que antecedia o casamento dela.

Tem um ditado que diz: “Não devemos procurar chifre na cabeça de cavalo, porque iremos encontrar”.

Os momentos que se seguiram foram de inquietação no ceio familiar. Ele com seu sentimento de ciúmes, arrastou pela noite à dentro pensamentos ruins que não lhe deixaram dormir direito. Ela, se sentindo ofendida pela invasão da sua privacidade e principalmente por colocar em dúvida sua fidelidade, não conseguiu pregar o olho na noite.

Buscando restabelecer a harmonia e confiança de antes no casamento, ela resolveu colocar um ponto final naquela amizade. Com dor no coração, mas fiel aos seus princípios, aos dogmas e ainda, feito uma leoa a defender suas crias e, tal qual uma guilhotina, colocou um ponto final naquela amizade verdadeira de mais de 35 anos.

Muitos dizem que o tempo é o melhor remédio, com certeza a harmonia deve ter voltado ao ceio familiar dos dois, mas uma coisa é certa, nunca mais será com antes, sempre ficará um ressentimento tanto de um lado, como do outro entre o casal. Coisa que poderia ter sido evitado.