O DIA MAIS FELIZ!

Qual foi o dia mais feliz de sua vida? Alguns dirão que foi o nascimento de um filho, outros que foi o do casamento. Pode ser que tenha sido a cura da doença de um ente familiar ou mesmo a aprovação em um concurso público. É provável que afirmem ainda que não houve ocasião mais feliz do que a viagem realizada para um país estrangeiro. Haverá também quem dirá que os dias mais felizes da vida foram naquele Carnaval em que a alegria tomou conta durante os quatro ou cinco dias de euforia, música, festa, purpurina, cores, encontros, etc. Nessa sintonia a receita da felicidade se figura bastante relativa e individual. Que cada pessoa, país ou continente guardam em si os valores que os levam a ter tempos de grande êxtase. Carlos Drummond de Andrade, poeta brasileiro, por outro lado nos dizia que “ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.”

A ciência estuda assuntos como esse há décadas e já é capaz de asseverar que pesquisadores já identificaram as regiões do cérebro responsáveis pela alegria e nos dizem que temos meios concretos para construir uma vida mais feliz. Segundo cientistas, a felicidade tem prazo de validade e isso é culpa de uma parte do cérebro chamada de hipotálamo. “Que nessa região cerebral processa-se a gratificação instantânea, como a alegria encapsulada no Carnaval”. Dessa forma há uma constatação: “metade da propensão do ser humano para ser feliz é determinada pela genética”. Já os outros cinquenta por cento seriam resultado de fatores externos. Nesse entendimento está a forma como compreendermos a vida e sobre aquilo que não temos total controle, como casamento, filhos, trabalho e dinheiro. Arthur Schopenhauer, que foi um filósofo alemão, nos conta que “a nossa felicidade depende mais do que temos nas nossas cabeças, do que nos nossos bolsos.”

O Brasil, segundo uma reportagem recente da revista Veja, em algumas décadas passadas do século XX, construiu a imagem de um país feliz. Tal afirmação foi reforçada por uma levantamento feito com base em dados da ONU que leva em consideração dados precisos, como índices econômicos e sociais. Nesse levantamento, o Brasil aparece na honrosa posição de número 22. Já o país mais feliz seria a Noruega. O menos feliz, a República Centro-Africana. Em se tratando de felicidade individual percebe-se que tais conceitos são distantes ao que é preciso de cada um. Uma pesquisa que é realizada pela Universidade Harvard há quase oitenta anos revela que a felicidade individual se dá pela qualidade das relações familiares, amorosas ou de amizade. É compreendido também que ter propósito de vida é um componente fundamental para o alcance dessa tal felicidade. Concomitante a isso aqueles que se devotam a uma fé espiritual, desenvolvem capacidade e resistência diferenciadas para se tratarem preventivamente contra tédio, stress ou mesmo depressão. O influente escritor brasileiro Érico Veríssimo assina que “felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente.”

É clarividente que há um enigma sobre ser feliz. Desse modo podemos insinuar que entre o começo e o fim há uma lacuna que todos nós teremos que preencher. Não é de se admirar que muitos autores, pensadores e estudiosos nos expressem sobre os benefícios de semear sentimentos positivos diante dessa passagem, sobre esse entremeio de vida. Mahatma Gandhi, por exemplo, nos dizia que “não existe caminho para a felicidade, a felicidade é o próprio caminho.” Então esperar o amanhã para ser feliz nos parece absurdo! Se o caminho se faz no agora, então é nesse imediato instante que seremos felizes! O que vem depois ou não é o resultado da forma como caminhamos até o próximo momento! E para completar tal pensamento Johan Goethe, cientista e filósofo alemão, nos adverte que “na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.” Se tudo isso depende em muito de cada um de nós, não nos furtemos em cultivar o bem viver!

Michael Stephan
Enviado por Michael Stephan em 17/02/2018
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