Vindo de Portugal, precisamente do Porto, meu pai chegou ao Rio de Janeiro com a idade de 12 anos. Ali cresceu, trabalhou e depois foi transferido para Belo Horizonte onde permaneceu até o seu final de vida.
Talvez por causa disso eu cresci amando o Rio e mais do que outras partes: Copacabana a “Princesinha do Mar”. Foi ali que eu tive contato com o mar pela primeira vez, receosa, tímida, com a areia se movendo e eu achando que ia me afogar. Rsrsrsrs.
Nas minhas férias era o meu refugio, meu paraíso. Ir ao Corcovado, Quitandinha, a Urca, Pão de Açúcar! Oh! Rio você é, foi e sempre será inigualável.
Foi ali que eu ouvi Baden Powell pela primeira vez, e recebi rosas do Pedro das Flores em uma casa noturna. O Rio era minha realidade e ao mesmo tempo, minha linda fantasia.
Mas o tempo passa, as coisas mudam e o meu primeiro amor se transformou em uma praça de guerra. Crianças morrendo, pessoas fugindo apavoradas, artilharia pesada e agora intervenção militar.
Meu coração entristecido pergunta: Como continuar te amando? Diz-me meu sonho de beleza! Tenho sentimentos esperançosos de te ver novamente com meus olhos amorosos, de sentir sua leveza, daquele perfume único quando descíamos a serra de Petrópolis, que nos empolgava, sabendo que a qualquer momento, o mar em toda sua beleza apareceria para nos saudar.
Tenho que ver só sua tristeza e desolação? Recuso-me.
Tenho um pensamento firme, que com sua fortaleza, sua coragem e a persistência de seu povo, junto com a torcida de todo o nosso Brasil, terei de volta o meu primeiro amor, o meu Rio lindo.
Heloísa Mamede
Enviado por Heloísa Mamede em 17/02/2018
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