Memória às coisas do passado
Dela pouco precisam o presente e o futuro... As coisas do nosso passado são vastas como o oceano, e quanto mais se viajar no tempo do passado, fatos, coisas e pessoas se tornam um espaço imenso, e tão distante como a mais longínqua galáxia, como eventuais planetas e talvez com sinais de vida. Essas distâncias, quanto mais longes, tornam-se inescrutáveis, inalcançáveis, invisíveis e misteriosas... Uma coisa é uma coisa, mas ela nos diz muitas coisas sobre si e o seu tempo. Quando admiro La Pietà, de Michelangelo, aproximo-me do escultor, da sua história, da sua arte. Até ele gostava de se ver na sua obra e de pensar que outros estavam a admirá-la: imaginando o escultor a golpear a pedra, tirando daquele mármore a beleza em detalhes. Assim acontece ao se ver outra coisa: a primeira espaçonave Sputinik, no Museu da Cosmonáutica, em Moscou, voltando-se a uma verdade histórica, a um grandioso feito da humanidade.
Nesse sentido, o escritor quando lê, relê, pela segunda vez, o que escreveu, mesmo sabendo o que já tinha escrito e revisto, ele novamente se vê e está consciente de que está sendo visto por muita gente através da sua obra. Os artistas são especialistas nisso: admirar a própria arte e ser visto por pessoas que a admiram. Essa identificação, entre o artista e a arte, também se manifesta quando alguém o encontra, na rua, e avalia: "Vi o que você fez" ou "li o que você escreveu"... A história não é muda, apenas esconde-se por trás dessas coisas. A museologia existe para isso; coleciona coisas que não estavam na nossa cidade, no nosso meio; fora do nosso tempo, do nosso espaço. Foram trazidas de longe para nos dizer muitas coisas dos antepassados.
Aplausos ao Governador Ricardo Coutinho que decidiu, através da Fundação Casa de José Américo, dar nova vida ao memorialismo arquivístico, no nosso Estado, ao reestruturar e unificar essas coisas para serem bem tratadas, sob vigilante cura, evitando que muitas delas sejam desprezadas, jogadas ao lixo ou queimadas na fogueira para darem lugar a "coisas de plástico", sem valor histórico. É assim que se anima a memória coletiva do nosso povo, muito mais preciosa do que a memória individual. Sobre isso, indague-se: Quem gostaria de perder sua memória? Então, a da nossa sociedade, que é a memória coletiva, jamais deverá ser perdida...
Dela pouco precisam o presente e o futuro... As coisas do nosso passado são vastas como o oceano, e quanto mais se viajar no tempo do passado, fatos, coisas e pessoas se tornam um espaço imenso, e tão distante como a mais longínqua galáxia, como eventuais planetas e talvez com sinais de vida. Essas distâncias, quanto mais longes, tornam-se inescrutáveis, inalcançáveis, invisíveis e misteriosas... Uma coisa é uma coisa, mas ela nos diz muitas coisas sobre si e o seu tempo. Quando admiro La Pietà, de Michelangelo, aproximo-me do escultor, da sua história, da sua arte. Até ele gostava de se ver na sua obra e de pensar que outros estavam a admirá-la: imaginando o escultor a golpear a pedra, tirando daquele mármore a beleza em detalhes. Assim acontece ao se ver outra coisa: a primeira espaçonave Sputinik, no Museu da Cosmonáutica, em Moscou, voltando-se a uma verdade histórica, a um grandioso feito da humanidade.
Nesse sentido, o escritor quando lê, relê, pela segunda vez, o que escreveu, mesmo sabendo o que já tinha escrito e revisto, ele novamente se vê e está consciente de que está sendo visto por muita gente através da sua obra. Os artistas são especialistas nisso: admirar a própria arte e ser visto por pessoas que a admiram. Essa identificação, entre o artista e a arte, também se manifesta quando alguém o encontra, na rua, e avalia: "Vi o que você fez" ou "li o que você escreveu"... A história não é muda, apenas esconde-se por trás dessas coisas. A museologia existe para isso; coleciona coisas que não estavam na nossa cidade, no nosso meio; fora do nosso tempo, do nosso espaço. Foram trazidas de longe para nos dizer muitas coisas dos antepassados.
Aplausos ao Governador Ricardo Coutinho que decidiu, através da Fundação Casa de José Américo, dar nova vida ao memorialismo arquivístico, no nosso Estado, ao reestruturar e unificar essas coisas para serem bem tratadas, sob vigilante cura, evitando que muitas delas sejam desprezadas, jogadas ao lixo ou queimadas na fogueira para darem lugar a "coisas de plástico", sem valor histórico. É assim que se anima a memória coletiva do nosso povo, muito mais preciosa do que a memória individual. Sobre isso, indague-se: Quem gostaria de perder sua memória? Então, a da nossa sociedade, que é a memória coletiva, jamais deverá ser perdida...