Diário de um Desempregado

Como viver uns dias sem emprego? Para muitos, essa etapa é um problema sem solução: o tempo voa, e o dinheiro parece evaporar. O desemprego é um dos “câncer” que vem do nada. É óbvio. É notório que ele existe. Suportar sozinho os custos de uma casa é pesado, muito pesado. E não permite surpresas orçamentais. Com ou sem filhos. Se o único sustento de uma casa falha, tudo falha. Num agregado familiar monoparental de todos os dias eu vejo passar as semanas, quem vive desempregado entende que estou dizendo, tem pouco apoio para a logística diária ou os imprevistos. Falta-nos dinheiro e tempo. No meu mundo ideal, imagino um prédio ou uma casa antiga e um jardim enorme. Espaços privados (quartos, casas de banho e uma sala) para minha família (eu tenho tudo imaginado para quatro agregados) e espaços comuns: uma sala de estar, uma gigante cozinha com copa e um espaço para as crianças (sala de brincar e de estudo). Vejo minha esposa cozinhando e fazendo tudo por escalas, quem chega primeiro em casa leva as crianças à escola e quem regressasse mais cedo do trabalho vai buscá-las. Nada de pagar atl”s. Todos tem de ajudar na tarefa da casa, tudo fica organizado. As contas de supermercado, esse não pode ter cortes, no máximo ser reajustado. Se um de nós sairmos da linha, temos que explicar os motivos e adequamos a realidade para o grupo familiar. Nada de pagar “babysitting”, cinema, barzinho, lanches sem que estes não estejam previsto no orçamento. Preocupações com as férias escolares antes das férias dos pais, já mais. E quando alguém estiver doente, todos devem dar apoio aquém tiver necessitando, prioridade das prioridades. Se alguém, precisar de algo extra vamos conversar. Aqui em casa as refeições são sagradas, se possível todos reunidos envolta da mesa. Ao domingo almoçávamos todos juntos numa enorme mesa na copa da cozinha ou no jardim. Contas partilhadas, preocupações partilhadas e apoio. É assim que imagino. Mas se o mundo ideal não existe, posso adaptar este conceito no meu lar a uma escala mais pequena e realista. Dividem-se preocupações. É assim que sonho viver. Como se fosse numa república de adultos. Uma aldeia na cidade. Naqueles dias em que pensamos num mundo melhor, é nisto que eu penso. Espero que volto logo para a ativa antes que minhas reservas termine. Assim meu mundo imaginário tornará real.

Jova
Enviado por Jova em 16/02/2018
Reeditado em 16/02/2018
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