E de repente, vejo borboletas!

Perdemos o interesse por uma coisa aqui e outra ali. Enquanto outras ganham importância. Pensar que tem pessoas que nunca tomaram banho de mar, não sabem o que é um metrô, e nem por isso desconhecem mitos sobre disco voador. Já sobre receita de caipirinha de vinho, uns colocam junto, uma dose de pinga e outros não. Vamos falar de quê mesmo?

Receitas que tocam o coração. São necessários ingredientes de primeira grandeza; por exemplo, gentileza. Amor sem afeto deve ser muito seco. Existe amor de qualquer jeito? Existe. Existe amor até sem palavras de amor. Mas são das palavras que mais gostamos. Elas nos confortam. São como braços que abraçam sem apertar ou laços de fita que se desfazem facilmente.

Saber o efeito que certas palavras terão sobre os seres pode até ser meio complexo. Há pessoas que se magoam até quando temos a intenção de agradar. Saber usar palavras pode requerer auxílio de mais de um mestre e há os que nunca contaram com nenhum. Neste caso, nada melhor que as vindas da intuição, do bem querer, do deixar fluir...

De criança, apenhei muito de varas. Depois aprendi que as coças silenciosas, dadas pela ausência das palavras doces, doíam mais fortemente. Quando palavras más chicoteavam o lombo adulto, as considerei irreversíveis. Mas não é que não colaram? Deixei que todas fossem embora e se foram. Olho para minha mãe como se ela tivesse sempre sido um anjo. E todas as palavras doces passeiam feito borboletas pelo meu pensamento enquanto contemplo seus cabelos brancos.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 13/02/2018
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