A esquina do Alemão
Outro dia encontrei o Alemão, um homem interessante que morava na esquina da minha rua. Ele sempre me acenava, um sorriso aberto e quando me aproximava, apertava forte a minha mão. Teve um dia que chegou até a amassar o meu anel. Mas não me importava, gostava de passar por ele. Meu dia parecia que até se iluminava...
Embora o chamassem de Alemão, porque diga-se de passagem, ele era um homem alto, olhos claros e tinha um vozeirão; tinha um coração mole, era devoto de Nosso Senhor e sempre me dava uma oração. Eu gostava de ouvir suas histórias... Ás vezes, puxava seu violão, tocava umas modas que ouvia no rádio e depois sempre mostrava uma canção que ele fizera. Tinha sempre dois caixotes junto ao muro, que ele já deixava lá, caso aparecesse alguém disposto para uma prosa. Vez por outra, puxava um papel todo dobrado do bolso, o abria no joelho e dedilhava cada música bonita... umas falavam das estrelas, outras de grandes amores, as vezes fazia um samba, era uma tentação parar ali na esquina.
Eu o ouvia com muita atenção... Por vezes me vi esquecida naqueles olhos claros, deviam ser pura perdição em sua mocidade... Mas logo me recompunha, porque essa coisa de música, voz bonita e olhos claros me amolecem o coração.
Contudo fazia questão, todas as vezes que seguia naquela calçada, passava pela esquina, só para ver o Alemão.
Cláudia Machado
12/2/18
Outro dia encontrei o Alemão, um homem interessante que morava na esquina da minha rua. Ele sempre me acenava, um sorriso aberto e quando me aproximava, apertava forte a minha mão. Teve um dia que chegou até a amassar o meu anel. Mas não me importava, gostava de passar por ele. Meu dia parecia que até se iluminava...
Embora o chamassem de Alemão, porque diga-se de passagem, ele era um homem alto, olhos claros e tinha um vozeirão; tinha um coração mole, era devoto de Nosso Senhor e sempre me dava uma oração. Eu gostava de ouvir suas histórias... Ás vezes, puxava seu violão, tocava umas modas que ouvia no rádio e depois sempre mostrava uma canção que ele fizera. Tinha sempre dois caixotes junto ao muro, que ele já deixava lá, caso aparecesse alguém disposto para uma prosa. Vez por outra, puxava um papel todo dobrado do bolso, o abria no joelho e dedilhava cada música bonita... umas falavam das estrelas, outras de grandes amores, as vezes fazia um samba, era uma tentação parar ali na esquina.
Eu o ouvia com muita atenção... Por vezes me vi esquecida naqueles olhos claros, deviam ser pura perdição em sua mocidade... Mas logo me recompunha, porque essa coisa de música, voz bonita e olhos claros me amolecem o coração.
Contudo fazia questão, todas as vezes que seguia naquela calçada, passava pela esquina, só para ver o Alemão.
Cláudia Machado
12/2/18