UMA RAÇA MENTIROSA

A marca registrada dos humanos é a mentira. Somos uma raça mentirosa. Falamos e ouvimos mentiras desde o nascimento até a morte. Nasceu com o nariz do pai! Olhos da avó! Boca da tia! Morreu uma ótima pessoa! Fazia só o bem! Vai fazer falta! Inventamos até a tal da “mentira necessária” usada na educação e nos sentimentos.

Incrivelmente as pessoas se socializam mais em torno das mentiras do que das verdades. O medo da verdade assusta. Com toda certeza, se fôssemos uma raça edificada na verdade não teríamos dominado o planeta. Temo que já não haveria nenhum humano aqui para contar a verdade do que realmente aconteceu.

Toda a História da raça humana é composta por 3% de verdades e 97% de mentiras. Ainda dentro desses 3% temos as verdades do Ocidente, e as verdades do Oriente. O caso mais clássico, talvez, seja o das Cruzadas. Temos uma verdade contada pelo Cristianismo, e outra contada pelo Islamismo. Com uma enorme possibilidade de ambos mentirem.

De tudo o que você aprendeu nos livros de História na escola, 97% são mentiras. Os historiadores nunca estão interessados nas verdades. Para eles basta a convicção da verdade, então elas serão verdades. A convicção pode ser uma grande mentira.

Outro exemplo clássico que gosto de citar é Tiradentes. Nosso “herói” nacional. Percebam com que facilidade atualmente estão tentando fabricar alguns juízes em “heróis” nacionais”. Tiradentes é até feriado no calendário, mas qual é a verdade sobre Tiradentes? Toda a verdade que tem dois lados não é a verdade.

Temos a História de muitas mentiras do descobrimento contada pelos portugueses. Os habitantes que aqui estavam não puderam contar a sua. Conta-se muito sobre a escravidão. Os escravos não puderam contar. Os espanhóis ainda hoje enobrecem as Histórias e as mentiras de Hernán Cortés. Quem tenta desesperadamente contar as verdades dos Astecas são os arqueólogos. Cortés não deixou que sobrasse nada.

Logicamente não devemos deixar de fazer um tour pelos livros sagrados. Todos eles. Quem escreveu os pergaminhos dos livros sagrados? Muitos escritos até três ou quatro séculos após os acontecimentos. Foram homens e mulheres. Como protótipos de historiadores, eles transformaram aquilo que acreditavam ser verdades em verdades.

E quem deu a última palavra dos pergaminhos que comporiam o livro sagrado mais famoso. Desta vez, foram apenas os homens. O que torna fácil compreender o motivo da Bíblia ser o livro mais machista da História da raça humana.

Quem estiver lendo está crônica, poderá ser de opinião que contei 97% de mentiras e 3% de verdades. Talvez, até menos. É normal. Afinal, sou humano e mentiroso.