Anjos no Carnaval
Um anjo no Carnaval
Era uma vez… era uma vez uma menina franzina, sempre de nariz vermelho, cabelos ralos, olhos grandes, caramelados, riso farto , que amava cantar, amava o ritmo do samba, amava viver. Não, não tinha dinheiro para estudar musica, nem canto, nem para frequentar os clubes da cidade. Mas nunca lhe faltaram sonhos nem anjos. Naquele Carnaval seu anjo fora uma tia, muito meiga e generosa. Viúva de um irmão de seu pai, assassinado aos vinte e dois anos de idade. À época, há mais de quinze anos. Gostava também do Carnaval e era sócia do Grêmio, um dos mais frequentados clubes da cidade. Onde aconteciam as grandes noites e matinês de Carnaval dos anos 60. Claro, convidou não só a mim, mas toda a trupe de meninas , minhas amigas inseparáveis, para uma tarde de Carnaval. Lembro-me, não tinha fantasia, muito menos traje decente para ir, mas uma vizinha muito querida , D Marina, qdo minha mãe, triste e envergonhada segredou-lhe o problema, mais que depressa, reformou uma calça de helanca - o must da época - de sua filha Neusinha, que também era baixinha, e lá fui eu toda chique para o Carnaval. Uma das mais alegres tardes de minha vida. Muita serpentina, confetes, chicletes, coca-cola nos intervalos e alegria! E, aquele ritmo alegre, das marchinhas de Carnaval, ficou gravado no “Tum, Tum, Tum” do meu coração. É o ritmo com o qual vou viver até o convite para para eternidade. Será que os anjos dos céus também gostam de Carnaval?