A TÔNICA CENTRAL DA TESE COMUNISTA.CRISTO E A LIBERDADE.

DO MEU LIVRO "A INTELIGÊNCIA DE CRISTO".

"A tônica central da tese comunista, a propriedade privada, gerou vários encaminhamentos. Uns queriam afastada qualquer propriedade, outros somente a propriedade agrária. Coube a Marx imprimir conceito doutrinário ao comunismo, avançando para abrigar muitas consciências, intelectualizadas ou não, pela extremada via da revolução pela força, com a supressão das liberdades individuais, ou seja, o culto do absurdo de retirada da liberdade .para realizar igualdades que nunca surgiram, bem ao contrário.

O nó que um dia desataria a escravidão da vontade pela supremacia do Estado diante do homem, está e estava justamente na supressão de seu maior bem, a liberdade; isto é verdade axiomática sem condições de ser contraditada.

De nada serve a vida sem liberdade e Cristo não professou de forma alguma sua perda pelo homem. Seria a abolição da vontade, e o que Ele mais enfatizou para seguir seu Pai foi a liberdade de escolha do homem, o exercício da vontade, soberana e inerente ao direito de cada um, direito fundamental. Cristo não veio para aprisionar vontades, mas para libertar o sentido de discernimento e da avaliação indicando caminhos, tão somente.

Quando a “Confederação Anticomunista Latino-americana” se dirigiu ao Papa João Paulo II pressionando pela expulsão da Igreja dos “bispos marxistas e padres guerrilheiros”, e que emitisse seu julgamento dos rumos que se desenhavam, a voz forte, segura e didática de João Paulo II se fez sentir em seu discurso no velho Seminário de Palafox diante de um auditório ansioso e ao mesmo tempo taciturno e cabisbaixo. Lá estavam cardeais, padres, membros de ordens religiosas e leigos. Disse então a autoridade papal de uma das maiores personalidades já vistas pela igreja: “Essa noção de um Jesus político, um revolucionário, o subversivo de Nazaré não se harmoniza com os ensinamentos da igreja.” E acresceu: “A igreja não tem necessidade de recorrer a sistemas e ideologias a fim de amar, defender e fazer a sua parte para a libertação do homem. A Igreja encontra em sua própria mensagem a inspiração para trabalhar pela fraternidade, justiça e paz contra todas as formas de dominação, escravidão e discriminação, contra a violência, os ataques à liberdade religiosa e os atos de agressão contra o homem e a vida humana.”

Era a ratificação da inteligência do Cristo pela autoridade de um dos maiores sucessores de Pedro. Se Pôncio Pilatos tudo fez para não condená-lo como sublevador que não era, pretenderam integrantes da Igreja instituída séculos e séculos após, dar essa roupagem Àquele que absolutamente nada tinha de político. Jesus Cristo na sua investidura de espírito de forma alguma podia optar por parcialidades como faz o ato político. Jesus, Deus feito Homem, era de todos e falava a todos e para todos, o que não é objetivo da política nem dos políticos, fracionados em porções (partidos) de particulares interesses. Bastava segui-lo quem o elegesse como espírito não como matéria que é do que cuida a política. A missão de Jesus delegada a seus seguidores objetivou a vida de todos como está em Jó, 10,10: “para que todos tenham vida e a tenham em abundância”.

A Conferência de Aparecida mostra os desígnios da inteligência cristã sem interpretações politizadas e esquivas. Reafirma e ratifica a “ação preferencial pelos pobres e excluídos” e o faz na certeza de que basta o evangelho para a prática da caridade cristã.

Esta visão de magistério é apontada como “implícita na fé cristológica” como realçou Bento XVI na abertura dos trabalhos em Aparecida, de forma a construir “estruturas de justiça” para que a dignidade humana e a vida sejam respeitadas em uma sociedade que se quer fraternal, sem agressões à liberdade individual.

Toda essa libertação sempre pretendida, logo que fundamento básico da pessoa, fez a humanidade transitar por diversos momentos épicos. Esse período de metamorfose na procura das liberdades pelo qual passou o homem, teve no famoso jacobinismo da França o ponto alto na vitória dos burgueses sobre os suzeranos na revolução francesa.

O Muro de Berlim fechou o ciclo ensinando definitivamente à humanidade que o homem nasceu para ser livre; esse é seu maior bem.

No socialismo verdadeiro, puro, seria encontrado o reparador caminho. No ideal social-democrata apagariam-se as agruras do desencontro entre a necessidade e o capital, entre o Estado e os serviços essenciais postos à disposição de todos que pagam impostos. Das diferenças econômicas existentes entre os homens nascem as desigualdades, pois cada um tem capacitação diversa do outro, com suas consequências muitas vezes nefastas; uns em extrema pobreza em confronto com excessiva riqueza de outros. Nas leis naturais encontram-se as verdadeiras causas da diferença, leis irrevogáveis.

Cristo mostrou o amor ao próximo como caminho exclusivo de libertação, e quem ama não suprime o maior bem humano, a liberdade, que habilita o homem a promover suas potencialidades, proporcionando maior bem estar e provisão do que necessita de indispensável no seu dia a dia, em sentimento e matéria.

Quando se adequar à sociedade o princípio lançado por Ghandi com propriedade, abaixo transcrito, para equilibrar o correto e verdadeiro fiel da balança, distribuindo com equidade as necessidades básicas correspondentes aos direitos fundamentais de todos, poderemos ter paz e uma sociedade melhor, como exposto com clareza pelo grande líder, deixando para o mundo sem ser cristão, verdades cristãs integralmente aceitáveis e desejadas:

"Não posso antever, o dia em que nenhum homem será mais rico que o outro. Mas posso imaginar o dia em que os ricos rejeitarão enriquecer à custa dos pobres, e os pobres deixarão de invejar os ricos. Mesmo no mais perfeito mundo imaginável será difícil evitar desigualdades, mas podemos e devemos evitar conflitos e amarguras.” Ghandi.

Nas suas palavras estão presentes os fundamentais princípios da inteligência do Cristo.

Com toda a falta de importância do personagem quase desconhecido à época, como indica Flávio José (Josefo), a Igreja acaba de completar dois milênios, o que nenhuma instituição conseguiu na história universal.

Sua influência no poder temporal e espiritual ninguém minimamente informado desconhece. Nem também de sua indevida condução pelo homem como na inquisição. Não se aponta, porém, qualquer fato histórico relevante da humanidade nesses dois milênios sem que estivesse presente a Igreja.

Incomoda a muitos essa influência distinguida da instituição, respeitada embora muitas vezes contestada, estando, porém, acima de qualquer censura ou oposição, mínimas que sejam, a exclusiva figura da inteligência de seu criador que, atente-se, não é contrariada de qualquer forma em seu conteúdo. Pode haver descrença nas promessas da vida eterna, mas nunca desrespeito aos ensinamentos, à Lei Moral. Nem mesmo do néscio que não isola fé de instituições humanas há qualquer ofensa.

Desde o Messias e sua igreja, na iniciação da caminhada da caridade com as ecclesias - que significa igreja, assembléia em grego - temos até hoje o representante de Pedro levando a todos e aos povos, o amor do Cristo crucificado que configurava a Santíssima Trindade; Pai, Filho, Espírito Santo. O Cristo morreu na cruz por amor à humanidade; ali estavam Pai, Filho e Espírito Santo. O Cristo não era o pai e não sofria em seu nome. O Cristo ungido pelo Espírito Santo era o Deus-homem.

Aos poucos o cristianismo agigantou-se; bem devagar. E Pedro erigiu a maior instituição da história, impulsionada por Paulo de Tarso, o grande gestor intelectual católico, queiram ou não seus opositores, logo que fato histórico não se contesta, admite-se. Tudo com assento na inteligência do Cristo.

É nosso objetivo extrair dessa inteligência as fulgurantes passagens lançadas para um plano de vida, colocadas com profundidade extrema em poucas palavras, no que reveste-se como paradigma para a humanidade; “O Sermão da Montanha”.

A liberdade plena contestada pelas teorias restritivas encontra barra forte na doutrina do maior personagem da história humana,CRISTO,

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 10/02/2018
Código do texto: T6250386
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