Quando Gerações se Encontram, Vira um Carnaval
O Carnaval no clube era movido pela bandinha de idosos tocando as marchinhas dos antigos carnavais e aquelas que eram moda à época. Eu ia à matinê. E os infantis foliões “pulavam” fazendo uma roda no sentido anti-horário. Serpentinas e confetes de papel manilha sem brilho e sem graça eram lançados junto de lança-perfumes usados por alguns adultos que ultrajavam a proibição feita após o Governo Jânio Quadros.
E eu sempre um questionador perguntava o motivo daquele sentido de brincar. Às vezes me atrevia a fazer o contrário, o horário... a força daqueles alucinados foliões me levava e eu tentava resistir trombando com a multidão de crianças.
A sequência das músicas marchantes era quase a mesma... E vinha lá Ô Abre Alas, Garota Iê iê, Índio Quer Apito de cor, sorteado, sem salteados ou mesmo com “côr”.
No atual Pré-carnaval aquela mesma geração fazia a roda dançante no mesmo sentido e com as marcas do tempo: rugas, pesos, diabetes, hipertensão... Os mais novos, familiares, assistiam assentados acompanhando com cerveja e enfados os seus pais e avós naquele cortejo cantante. As marchinhas carnavalescas eram evocadas pelas lindas cantoras da Cia Elas por Elas. Comparando com os anos 60 havia poucas serpentinas e confetes. Cediam lugar, apagando-se, ao brilho de fitas metalizadas que emprestavam brilho e alegria ao lugar.
No intervalo do pré-carnaval pós-moderno, tocou e cantou-se sucessos do Axé. A geração que sobreviveu aos cigarros, “cuba libre”, “crush em hi-fi" se assentou e procurou se refrescar. A geração dos anos noventa agitou e coreografou as músicas baianas.
O cronista que a tudo observava como agente de Cronos era visto como um estranho pela sua quase imobilidade – às vezes arriscava a cantar as marchinhas. Olhares se entreolhavam absurdados.
O historiador registrava os processos.
Somos filhos de nosso tempo, todo historiador sabe desta máxima. Mas...
“Que tiro foi este...” no atual sucesso e que assusta a geração acima dos vinte anos na faixa etária.
Ao escrever isto a FM acusa o ouvinte que ligou e pediu para tocarem os sucessos do Araketu.
Rita Lee já fez sucesso com a letra da música que indagava:
“Aí meu deus, o que foi que aconteceu com música popular brasileira?”
Vou aqui parando de escrever porque já fiz um carnaval de letras e frases, concordâncias e discordâncias.
Enquanto isto lá vem a Ala das Orações Coordenadas e a Ala das Orações Subordinadas... Por que mesmo eu tive que aprender isto nas enfadonhas aulas de português lecionadas por padres e advogados da época?
É mesmo.. o Brasil é o país do Carnaval!
O Carnaval no clube era movido pela bandinha de idosos tocando as marchinhas dos antigos carnavais e aquelas que eram moda à época. Eu ia à matinê. E os infantis foliões “pulavam” fazendo uma roda no sentido anti-horário. Serpentinas e confetes de papel manilha sem brilho e sem graça eram lançados junto de lança-perfumes usados por alguns adultos que ultrajavam a proibição feita após o Governo Jânio Quadros.
E eu sempre um questionador perguntava o motivo daquele sentido de brincar. Às vezes me atrevia a fazer o contrário, o horário... a força daqueles alucinados foliões me levava e eu tentava resistir trombando com a multidão de crianças.
A sequência das músicas marchantes era quase a mesma... E vinha lá Ô Abre Alas, Garota Iê iê, Índio Quer Apito de cor, sorteado, sem salteados ou mesmo com “côr”.
No atual Pré-carnaval aquela mesma geração fazia a roda dançante no mesmo sentido e com as marcas do tempo: rugas, pesos, diabetes, hipertensão... Os mais novos, familiares, assistiam assentados acompanhando com cerveja e enfados os seus pais e avós naquele cortejo cantante. As marchinhas carnavalescas eram evocadas pelas lindas cantoras da Cia Elas por Elas. Comparando com os anos 60 havia poucas serpentinas e confetes. Cediam lugar, apagando-se, ao brilho de fitas metalizadas que emprestavam brilho e alegria ao lugar.
No intervalo do pré-carnaval pós-moderno, tocou e cantou-se sucessos do Axé. A geração que sobreviveu aos cigarros, “cuba libre”, “crush em hi-fi" se assentou e procurou se refrescar. A geração dos anos noventa agitou e coreografou as músicas baianas.
O cronista que a tudo observava como agente de Cronos era visto como um estranho pela sua quase imobilidade – às vezes arriscava a cantar as marchinhas. Olhares se entreolhavam absurdados.
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É mesmo.. o Brasil é o país do Carnaval!
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 04/02/2018.
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