ME TIREM TUDO, MENOS A LIBERDADE.

Nasci livre com destino de meus pais me educarem. Não Estados ou religiões.

Como posso escravizar a mim mesmo, deixar a minha vontade sob o jugo de algo ou de alguém, uma ideia doutrinária de qualquer cunho que sonega a minha própria vontade.

Mas dir-se-ia, eu aderi, eu quis livremente seguir essa ideia.

Você quis livremente se tornar não mais livremente para sua caminhada. Acontece, se tem visto pessoas que se entregam a seitas e suicidam-se em grupo. Agora, na contemporaneidade, muitos matam inocentes em nome de um deus boçal , e se matam, é a única verdade da maior mentira a que aderiram.

Bom, se é assim, um submisso a qualquer imbecilidade, então aceito que você é um escravo nato, nasceu para seguir o que outros determinam por ter nascido aparentemente com uma personalidade civil dotada de escolha, mas era só aparência. Você nasceu escravo da vontade de outros, não quer ter liberdade pessoal, renunciou ao maior dom de sua vida e com ela concedido.

Um Estado por sua doutrina pode limitar meus passos e ordenar minhas inclinações, não eu por vontade própria. Estranha essa conduta.

Recuso qualquer exceção como a vivida faz alguns anos. Mas vivemos uma para evitar outra. O problema foi que se alargou no tempo a dita revolução.

Em 1972 trabalhava na Comarca de Cachoeiras de Macacu, com 29 anos, passava em uma fila indiana para entrar no prédio onde funcionava a justiça, a fila era de posseiros e grileiros, certa vez com foices e facões nas mãos. Eram subversivos? Não, eram inocentes úteis que ingressavam em ações possessórias como terceiros para agitar.

Eu era um camarada destemido desde muito novo, tenho medo de mim hoje na insegurança em que vivemos, pública. Medo de minhas reações. Não recuo de nada. Viram minha disposição. Lógico que estava armado; e viram.

Faz pouco tempo vi uma tese de mestrado de história e reportava Cachoeiras de Macacú, onde funcionou a segunda maior Escola Ferroviária do Brasil. Um centro esquerdista febril.

Li a tese. A historiadora referindo outros estudiosos qualificava Cachoeiras como a Cuba Brasileira. Eu não tinha conhecimento disso, embora, digamos, uma das autoridades locais. Sabia e conhecia a subversão existente com invasões e devastação da mata atlântica do terceiro maior município do Estado do Rio.

Isto motivava posseiros e grileiros. Transformar em lenha, primeira economia rápida para lavradores, a mata. Pelaram Cachoeiras. Os líderes profissionais “políticos” assim orientaram.

Exceções, rupturas, são execráveis, sustam nossos direitos de liberdade. Infelizmente pagamos um preço alto para não sermos uma Cuba Continental, mas felizmente, como dizem, Deus é Brasileiro. Não permitiu.

E isso acabou, veja-se o Partido Comunista Brasileiro –imagine-se isso naqueles tempos – legalmente regular e representado.

E o que é? NADA. Escorregaram para outras siglas as sobras de uma péssima ideia.

Nada maior que a liberdade.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 09/02/2018
Reeditado em 14/01/2021
Código do texto: T6249101
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