Mãe
Amo, e só estou aqui por esse sentimento que me faz enfrentar o olhar repulsivo que não contempla o que vejo: Um filho.
Assim era ela, debaixo da proteção de zimbro, sob sensação térmica de 40 graus. Na ansiedade por vê-lo não sentia o fétido esgoto a céu aberto da latrina contígua ao alto muro. Não tinha escolha. Era seu duro itinerário dominical. Ali na imunda área de espera, aguardava resoluta para mais um domingo de visita.
Como se esconder dos olhares de desprezo dos que lá fora passavam?
- Não importa sou mãe e si em dor o pari, como não enfrentaria mais um parto para vê-lo outra vez reiniciar a vida? - Atrás das grades não vejo o malfeitor, meus olhos insiste a ver aquele que em meu ventre gerei.