Pitangaiatos
Pitangaiatos...
Ou já tá todo mundo antenado em seu carnaval, ou a fadiga vem tomando - mais que a cerveja - conta de los tantos hermanos pitanguienses que somos y que ni yo, ni tú los podemos contar... E isso foi o que sugeriu a reunião mensalina de ontem, acontecida no Lobo´s Grill.
Ou será que já estamos além da idade do lobo pra nos ficarmos expondo ao sereno e aos demais perigos da noite? Nas quase quarenta tertúlias de que participei, desde que reingressei na atmosfera de BH, e que fui recebido com entusiásticas manifestações dos amigos que meio século ou mais, o evento da noite do 07/02/2018 foi, de longe, a menos concorrida. Ao menos numericamente. Éramos, se muito, uma dúzia de tenazes ex-rapazes tentando manter viva uma tradição que mais cheirava a traição...
Uma conjetura que me passou pela cabeça foi a de que, na perfeita discrição, alguns membros da confraria tivessem aceitado ir passar o carnaval no aprazível refúgio da Restinga da Marambaia, a convite do Senhor Presidente - não o Juarez, desta vez - mas o Michel que, ao cortar um terço dos componentes de sua comitiva, em nome da moralização dos gastos públicos, pois o pessoal de sua entourage faz jus a diárias, hospedagem e alimentação, tivesse cedido os lugares vagos à brava gente de nossa heróica e estóica Velha Serrana, cujos filhos jamais fogem à luta, mesmo quando da Justiça a Mãe Gentil ergue a clava forte. Foi assim no esforço de guerra contra Solano López, assim contra Antônio Conselheiro, de Becos Canudos e assim foi contra o Eixo de Adolf Hitler...E por quê deixaria de ser quando é pela Marambaia, sem maracutaia que se vai ferir a momesca bataia...?
Diante da inicial e inercial relutância da turma de presentes de pedir algum tira-gosto, salvou-nos a providencial oferta do pioneiro Marcondes, que trouxe de casa, uma mussarela só menos enrolada do que a sua vida afetiva...
Sem música ao vivo e ao menos música ambiente, o que nos resgatou da mesmice das piadas e causos requentados foi a presença inesperada de musas que emprestaram sua graça ao encontro. Cláudia Filomena, Elizabeth França, companheira de Mateus Fifi, sua filha Nicole, e até a netinha Isabela trouxeram encanto ao que antes ameaçava ser apenas e a que duras penas, do cisne o canto...ou pranto - nem sempre tão santo...
Infaltável foi o bolo para os aniversariantes, Bécaud e Lúcio que, graciosamente a Primeira Dama Vel fez-nos chegar justamente por meio do Senhor Presidente, Juarez que, além de Machado, dos Pingos é o mais afiado...
Presença bissexta, mas sempre bem-vinda, foi a de Tomé Tarcísio, també do clã Fifi que, se nos poupou da pregação liberalista, não deixou de demonstrar afeto até mesmo a este petista...
Os primos inter-pares, Júnior e Rogério, sempre em dupla, propuseram-se a cantar uma ode às musas, mas sem acompanhamento, foi com as loiras gélidas que mostraram maior agarramento. O geólogo Fagundes, vizinho de porta, concentrou-se mais nas discussões metafísicas com o banqueiro Marcelo Spray - imagino que buscando formas e fórmulas de se combater o zé mosquito da febre amarela. O detectorista Vandeir, advertindo os fumantes da ocasião para os males do pulmão, estava mais concentrado nos planos para a próxima lavagem do bandeirante, que com os bloguistas amigos, promove a cada carnaval na cidade e que vem se convertendo em tradição consolidada. Ao que parece, cogita-se até de se convidar Pabllo Vittar para, com a mangueira em punho, fazer a multidão levitar...
E se de alguém mais me esqueci, que se o registre aqui para com as águas de março, a gente compensar - se o Pará, da enchente diluvial nos poupar...