MENINA DE ROSA
MENINA DE ROSA
A menina de rosa, 3 aninhos, tal qual minha neta, tão bonita, tão inocente, tão graciosa, tão cheia de vida, perdeu seu róseo, que se metamorfoseou em vermelho bem rubro, fruto de uma amarga bala perdida. Era um tenro botão, nunca chegará a flor, despetalaram-na sem dó, só com mal-me-quer. Mais um anjinho que se foi, graças a falta de compaixão, de gentes que provocam atos de lesa-humanidade. Cada vez que vejo notícias, com tal grau de violência e impacto, sinto uma dor inominável no peito, como se a bala me atingisse e matasse minha crença, no que se diz ser, um humano. Sinto ainda, um enorme abatimento, por permanecer de mãos e pés atados frente a tal incômodo.
Até quando rosinhas morrerão no asfalto, até quando assistiremos essa barbárie, até quando seremos telespectadores desse teatro de horrores.
Sua foto, sobeja na tela, toda rosa, com seus olhinhos vivazes e sorrisinho brejeiro, fizeram-me chorar como criança, e como inepto.