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Hoje acordei com uma inspiração mais “bagunçada’, algo assim fora do comum, que foge da coerência. As atividades diárias não permitem este tipo de interação, e ademais como ser um “nonsense” num mundo tão inserido em conceitos e normas que ditam um objetivo em si, difícil mesmo. Tem vezes que a motivação de algo dispare, te leva a se lançar no mundo das coisas sem sentido.

Tentei assim, um poema nonsense, e eis a pérola:
 
 “ Voa ao léu a pluma
   Carregada de chumbo
   Odes à vida
   Insano, fortuito, hilário
   No canto da sereia
   Um toque de Midas
   Passe de mágica...
   Estrela vermelha”
 
Confesso que não gostei do resultado, pois como tenho uma premissa de algo objetivo e direcionado,achei estranho demais as palavras a esmo e “jogadas” nas linhas sem preocupação com a coerência. A surrealidade nunca foi meu forte, fiquei observando alguns quadros de René Magritte, e tive que buscar entendimentos com outros, pois me fugia à compreensão muitas ilustrações, assim como um texto dadaísta, fico perdidinha nele.

Creio, que isto só comprova uma coisa, mesmo que tentemos algo diferente e inovador, nem sempre nossa natureza se reverte e assimila o novo, por vezes, isto causa um desconforto e um tênue receio do que dirão e de como interpretarão tais investidas. Medo? Receio? Ignorância? Pode ser tudo isto e, também pode não ser nada disto, apenas um gosto, uma afeição, algo inato ou aprendido no curso do tempo. Tudo depende da visão que baliza o efeito do processo em mim e vice-versa.

Pessoas acima da média e com um ímpeto de descontruir para inserir conseguem fazer esta investida de modo genial, estão aí todos artistas que aderem ao surrealismo e que são pura expressão de alma inquietas, aventureiras, brilhantes e auspiciosas.
 
Entendi que não é meu caminho, preciso voltar ao meu estilo, ou falta dele, mas que me sinto mais autêntica, sendo simples e coerente, senão corro risco de não me fazer entender e nem eu me reconhecer em tal escrito ou dito.

Acho que para não fugir do ímpeto, vou reler Kafka, quem sabe, encontre ali o elo de algo mais coeso com o real ou com a enigmática irrealidade.
 
 
 
 
             
 
 
 
 
 
          
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 06/02/2018
Reeditado em 26/09/2018
Código do texto: T6246454
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